A Polícia Militar do Paraná precisou agir para coibir atos de vandalismo que tomaram conta do Centro de Curitiba após uma passeata de um grupo anti-fascismo que se intitula Antifa. A manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro e também contra o racismo começou de forma pacífica na Praça Santos Andrade, na frente do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná. Oito pessoas foram presas e a polícia trabalha para identificar outros vândalos que participaram dos atos violentos. Um policial acabou ferido.

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Após o ato, os manifestantes, boa parte mascarados, seguiram com destino ao Centro Cívico. No caminho, porém, dezenas dos manifestantes começaram a atirar pedras em agências bancárias pelo caminho. Ao chegarem ao prédio do governo estadual, arrancaram uma bandeira do Brasil e atearam fogo no símbolo nacional.

Duzentos policiais foram deslocados para o Centro Cívico para conter os vândalos. “Eram 600 pessoas no protesto, mas o número ganhou corpo chegando em torno de mil pessoas. Da mesma maneira que eles foram crescendo, tivemos que aumentar o número de policiais. Um PM teve lesão leve, recebeu uma pedrada no escuto e teve um ferimento no braço, mas graças a Deus foi uma lesão simples”, disse o coronel Moraes.

Momento em que a bandeira do Brasil é arrancada do mastro. Foto; Reprodução

A PM passou a reprimir o vandalismo com balas de borracha e bombas de efeito moral. O grupo inverteu o rumo da caminhada e voltou a se dirigir para o Centro. Moradores ficaram tensos com a quantidade de bombas. “É muita bomba. Estou muito nervosa”, disse uma moradora de um prédio na Treze de Maio que não quis se identificar.

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Os manifestantes/vândalos correram para a região da Praça Tiradentes, alguns deles depredando tudo que viam pela frente. Os PMs acompanharam de perto, dispersando qualquer aglomeração. Alguns dos manifestantes foram acertados com cassetetes.

Nesta terça-feira (2), os organizadores da manifestação do ato Contra o Racismo em Curitiba enviaram uma nota lamentando as ações de vandalismo. Segundo a organizações, os manifestantes protestaram de forma ordeira durante todo o evento. Confira a nota na íntegra ao fim da reportagem.

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A Prefeitura de Curitiba emitiu uma nota ainda nesta noite para dizer que equipamentos públicos do município, como estações-tubo e pontos de ônibus foram destruídos na Praça Tiradentes e Travessa Nestor de Castro. O levantamento completo será feito e divulgado nesta terça-feira.

Colaboração

Outro lado

“A organização do ato CONTRA O RACISMO EM CURITIBA vem a público manifestar que, diferentemente do vinculado nas redes sociais e na imprensa, os manifestantes, além de utilizar proteção para evitar a propagação da epidemia de COVID-19, comportaram-se de maneira ordeira, em defesa da democracia e contra o racismo.

O ato foi um sucesso. Reuniu muitas pessoas, teve uma atmosfera esperançosa por dias melhores.

Nossa luta é por igualdade, contra o racismo, a violência contra jovens negros nas periferias, a proliferação de grupos que propagam o ódio e o genocidio de brasileiros promovido pela falta de uma política clara de saúde durante esta pandemia.

Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento.

O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão.

Conclamamos a união de curitibanos de forma individual ou através dos movimentos sociais para a defesa da democracia contra o racismo”.

Assinam esta nota:

Movimento Feminista de Mulheres Negras
Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA
União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos ( UCEPH)
J23 – Juventude do Cidadania
Rede nenhuma Vida a Menos
Apoio do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+
Coletivo Enedina da UTFPR


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