Cerca de mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de todas as regiões do Paraná, são esperados para uma mobilização em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nesta segunda-feira (5). Desde o começo da manhã, os integrantes já ocupam a Rua Doutor Faivre e fecham o trânsito entre a Avenida Visconde de Guarapuava e a Avenida Sete de Setembro.

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A previsão, segundo os organizadores, é de que as atividades continuem sem previsão para que o grupo saia da frente do prédio do Incra. A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas e é feita em todos os estados do país.

Os integrantes do MST devem fazer atividades e ações em resistência à saída da ex-presidente Dilma Roussef, o que eles chamam de golpe de Estado que aconteceu no país. Os organizadores denunciam a ameaça à soberania nacional, a criminalização dos povos indígenas, quilombolas e mulheres.

O MST também é contra a paralisação de diversas políticas públicas, como a reforma agrária, Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES), Terra forte, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Minha Casa Minha Vida.

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Com o chamado golpe, os camponeses temem o retrocesso nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Conforme os organizadores, a desvalorização dessas políticas pode estimular o êxodo rural, inchar os perímetros urbanos, gerando miséria e degradação humana. Como o ato é nacional, o MST do Paraná espera respostas nacionais para saberem até quando ficam em frente ao prédio do Incra.

Um comerciante da área, que preferiu não se identificar, comentou que já acompanhou outros acampamentos do MST e afirmou ter uma “impressão positiva” do movimento. “Como nosso negócio é comercial, temos algumas dificuldades com a transportadora, para a carga e descarga. Mas já aconteceu de os integrantes ajudarem a descarregar”, comentou. Ele disse que não ter presenciado conflito entre moradores e comerciantes da região e manifestantes. “Existe um silêncio da parte, exceto por algumas músicas. E, após a saída, deixam tudo limpo”.

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Trânsito

Sobre o trânsito complicado em virtude da obstrução do trecho da Rua Dr. Faivre, o comerciante afirmou que “além da lentidão, não vi outros transtornos”.

Na tarde desta segunda, as ruas no entorno da quadra do Incra estavam congestionadas. Alguns motoristas buzinavam para protestar e um deles chegou a gritar “vão trabalhar!” para os manifestantes.

A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informou que agentes estão monitorando e desviando o trânsito na área, mas que a desobstrução da via é uma questão de segurança pública.

Foto: Jonathan Campos.