Polêmica

Protesto anti-Lula comete centenas de infrações de trânsito, mas Prefeitura não desobstrui vagas

Caminhões parados ao lado de placa de proibido estacionar em protestos na frente de quartéis de Curitiba. Foto: Tribuna do Paraná

Desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022, no dia 30 de outubro, eleitores contrários ao resultado das urnas seguem em vigília em frente aos quartéis de Curitiba. O protesto, porém, tem gerado questionamentos, já que muitos dos veículos utilizados pelos manifestantes estão ocupando vagas do estacionamento regulamentado, como ocorre em frente ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado, no bairro Bacacheri.

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Por regra, quem estaciona durante os períodos mencionados pela regulamentação da via, deve ficar, no máximo, 2 horas em cada uma das vagas. Porém, tem veículos que estão no local desde o dia 30, alguns em locais que nem possuem vagas de Estar definidas. Para piorar, uma grande tenda foi instalada no local para servir de base para os apoiadores, que cozinham e preparam distribuição de alimentos para os manifestantes.

A Superintendência de Trânsito (Setran) informou por meio de nota, a pedido da reportagem, que “registrou autos de infrações por estacionamento irregular e também fez ações de orientação e organização do trânsito nas imediações dos endereços mencionados”, além de lembrar que as fiscalizações de trânsito são diárias e ocorrem em toda a cidade.

Foto: Tribuna do Paraná

Apesar de ter citado o registros das multas, a Setran não informou quantos autos de infração foram aplicados nos endereços mencionados pela reportagem da Tribuna. Lembrando que usar a vaga de EstaR sem ativação dos créditos é infração de natureza grave, sujeito a multa no valor R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Algumas das vagas, inclusive, seriam destinadas a idosos.

Desde o último dia 31 de Outubro, um veículo que tenha ficado de segunda a sábado estacionado de maneira irregular em vagas de EstaR, pode acumular um total de R$ 4.685,52 em multas. Pelos cálculos da reportagem, que esteve mais de cinco vezes no local, de cinco a dez vagas são ocupadas diuturnamente.

As tendas se estendem por trechos da calçada que que passa em frente à diversos comércios, atrapalhando o acesso de clientes. Uma das lonas que cobre as barracas está amarrada ao poste de identificação de um banco.

Outro comércio bem na esquina é uma concessionária de veículos. “Atrapalha um pouco, mas não a ponto de prejudicar o comércio. Deixa eles lá manifestando, até porque têm esse direito. Acredito que com o tempo vai passar”, diz Carlos Brasil, diretor da concessionária.

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Os manifestantes também usam som de carro, caminhão e alto falante em alguns momentos, o que também tem atrapalhado quem trabalha nas proximidades.

Questionada pela reportagem sobre o fato dos manifestantes permanecerem tanto tempo no local, ocupando vias públicas de forma permanente, a Prefeitura de Curitiba disse não poder fazer nada e relembra o artigo 5º da Constituição Federal. “A realização de reuniões, marchas, passeatas ou encontros coletivos pacíficos para expressão de crença religiosa, convicção filosófica ou política não necessita de autorização do Poder Público, conforme artigo 5º, inciso XVI”.

Lonas por cima da placa do banco, e cordas atrapalhando passagem de pedestres. Foto: Tribuna do Paraná

Militares pedem ajuda de Bolsonaro

Numa reunião que durou duas horas na última quinta-feira (24), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ouviu um pedido dos chefes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Segundo a CNN, os comandantes disseram que é preciso um sinal mais claro do chefe do Executivo para os manifestantes que insistem em fazer vigílias na frente de quartéis pedindo intervenção militar.

CNN apurou que os comandantes das três forças são unânimes no posicionamento de que tais movimentos são inócuos. Dois deles teriam acrescentado que “não têm base legal”.

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