Até o fim de dezembro de 2021, a trincheira que vai ligar as ruas Fúlvio José Alice, no Bairro Alto, e Amazonas de Souza Azevedo, no Bacacheri, sob a Linha Verde, vai estar pronta. Pelo menos era essa a promessa feita pela prefeitura de Curitiba no final do ano passado, promessa essa que ainda não se confirmou. Já estamos em fevereiro e, até então, a importante obra que promete desafogar o trânsito intenso da região ainda não foi entregue. Em nota, o compromisso de término da obra foi postergado para o fim do primeiro semestre. Quanto ao dia e mês, a prefeitura de Curitiba não cravou nenhuma data oficial.
Segundo o comunicado enviado pela prefeitura de Curitiba para a Tribuna do Paraná, que questionou a obra e a promessa, o trabalho está em fase final de acabamento e pavimentação interna.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), que coordena os trabalhos, atualmente a trincheira está em fase de acabamento e de pavimentação da parte interna. “A nova trincheira terá duas faixas de rolamento em asfalto para o tráfego de veículos e uma calçada de emergência. Quando estiver liberada para o trânsito, a estrutura formará o binário com a trincheira já existente sob a Linha Verde e que liga as ruas Gustavo Rattman e José Zgoda”, diz a nota.
Como fica o trânsito entre Bacacheri e Bairro Alto?
A via que vai sentido Bairro Alto é a Fulvio Alice que, na extensão do Bacacheri, muda de nome e passa a se chamar Amazonas de Souza Azevedo. A via que vai sentido Bacacheri é a Rua José Zgoda que passa a se chamar Rua Gustavo Rattman depois da altura da Linha Verde.
A trincheira compreende o Lote 3.2 da Linha Verde e, além da obra em si, o pacote previa pavimentação na própria Linha Verde e nos acessos laterais à nova estrutura viária. Em abril de 2021, as últimas vigas necessárias para conclusão da laje foram colocadas, para que as novas faixas de rolamento sejam pavimentadas em seu leito natural, conforme foi projetado. No mesmo período, na parte interna da estrutura viária, os serviços de escavação, drenagem e preparação da base das pistas também foram realizados.
Obra marcada por atrasos
As obras começaram em outubro de 2016 e a trincheira deveria ter ficado pronta para servir os motoristas em setembro de 2017. Porém, 74,98% da obra foi concluída apenas no lado da Rua Fúlvio José Alice. Assim, seis aditivos de prazo foram concedidos à empresa que executava os serviços, com a finalização prevista para julho de 2019. O trabalho não foi finalizado, mesmo com o prazo ampliado em cerca de 700 dias, e o contrato foi rompido em agosto de 2019.
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Após a rescisão contratual, foi realizado um levantamento técnico e criterioso do saldo remanescente da obra e, em seguida apresentado ao agente financiador da intervenção urbana. Vencida essa fase, lançou-se a licitação para contratar a empresa que terminaria o serviço e, como a TCE Engenharia Ltda. apresentou as melhores condições, passou a executar a obra em agosto de 2020.
Durante os mais de dois anos de obras no Lote 3.2, a Secretaria Municipal de Obras Públicas emitiu 21 notificações contra a construtora. Os avisos legais foram motivados pela não execução de frentes de trabalho liberadas, atrasos no cronograma de execução e, por fim, pelo total abandono dos serviços, inclusive marcado pela ausência de funcionários e retirada de materiais e equipamentos do local.