Um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Curitiba desde o dia 11 de maio que instituir a Política de Combate e Erradicação da Pobreza Menstrual na cidade. A iniciativa complementa uma sugestão de ato administrativo para que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) forneça absorventes higiênicos a adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade social.

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A iniciativa é do vereador Dalton Borba (PDT). De acordo com texto da proposta, a pobreza menstrual é definida pela dificuldade ou falta de acesso por adolescentes e mulheres, que estão em situação de vulnerabilidade social ou econômica, a absorventes íntimos ou coletores menstruais, ao saneamento básico e à educação adequada para lidar com a menstruação. O objetivo da proposta é promover a dignidade de todas que não têm acesso a esse tipo de produto.

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Segundo o vereador, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que o direito das mulheres à higiene menstrual é uma questão de saúde pública e de direitos humanos. “Estima-se que 1 em cada 10 meninas perdem aula quando estão menstruadas, além disto acaba por privar muitas mulheres, neste período, de terem qualidade de vida e desempenharem atividades rotineiras. A realidade é que muitas acabam usando folhas de jornal, sacolas plásticas, meias ou panos velhos para absorver o sangue, aumentando os riscos de infecção e colocando sua saúde em risco”, complementa. 

Semana da conscientização do Ciclo Menstrual

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Também tramita na Câmara de Vereadores, desde março, uma proposta de lei que institui, nas escolas municipais de Curitiba, uma campanha anual com foco na prevenção à pobreza menstrual. De autoria da procuradora da Mulher no Legislativo, Maria Leticia (PV), a matéria estabelece que a Semana da Conscientização do Ciclo Menstrual seja realizada na quarta semana do mês de maio para orientar a população sobre a saúde íntima feminina. 

O texto ainda sugere a distribuição de absorventes, coletores menstruais e calcinhas absorventes às estudantes. Na rede pública municipal, conforme a proposição, os itens poderiam ser adquiridos por meio de recursos do programa Fundo Rotativo. A medida, para a vereadora, garantiria a “plena vivência escolar de crianças e adolescentes”, evitando constrangimentos. Atualmente, o projeto está sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).