A Câmara Municipal de Curitiba abriu espaço, na sessão desta terça-feira (21), para a APP Sindicato responder a declarações do Professor Galdino (PSDB), há uma semana (14), de que “tudo leva a crer” que recursos desviados da Petrobras e da Eletrobras “também financiaram as greves” de servidores estaduais em 2015, com o objetivo de “prejudicar o governador Beto Richa”. O presidente da entidade, Hermes Leão, negou haver repasses do governo federal e disse que as paralisações foram “bancadas pela vontade de cada professor e funcionário de escola que são associados”.
“É importante que registremos que a APP rejeita o imposto sindical. Não existe essa possibilidade [de repasses do governo federal]. A APP sobrevive da associação de 75 mil pessoas, que são professores, funcionários de escolas, muitos já aposentados e que continuam contribuindo livremente”, declarou o presidente. Leão informou que o sindicato processará Galdino: “Estamos também fazendo uma ação no campo judicial porque não dá para a gente sofrer uma difamação, uma calúnia, deste porte”.
O dirigente da APP Sindicato, que já havia divulgado nota de repúdio às declarações, citou investigações da Operação Quadro Negro para apurar o desvio de recursos destinados a obras de escolas do Paraná. “Queremos denunciar que a APP [Sindicato] tem sido vítima de algumas lideranças ligadas ao governo do estado. O discurso feito nesta Casa veio em reforço a acusações que a gente vem sofrendo desde 2014, muito antes do 29 de abril, da violência no Centro Cívico”, acrescentou.
O presidente da Câmara, Ailton Araújo (PSC), disse que o espaço foi solicitado pela entidade na última quarta-feira (15), em resposta às declarações do dia anterior. Ele não abriu apartes de vereadores. Galdino, que já havia discursado no pequeno expediente, voltou à tribuna no grande expediente da sessão, mas não comentou as declarações de Brandão, e sim as eleições deste ano.