Professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram que não irão aderir à greve nacional da categoria. A deliberação foi tomada em uma assembleia organizada pelo sindicato da categoria no estado, a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), no Centro Politécnico, em Curitiba, na tarde desta terça-feira (22).

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Na votação, 257 docentes foram contrários à paralisação e 193 deliberaram pela greve. Os docentes de Palotina participaram da assembleia por videoconferência – 13 votaram a favor da greve e dez contra. A principal reivindicação dos docentes é a retirada da PEC 55, que limita os gastos públicos, e da MP 746, que prevê a reforma do ensino médio.

De acordo com a Andes, o sindicato nacional da categoria, sindicatos de 27 instituições federais de ensino superior estão em greve e outros 17 já confirmaram que participarão da paralisação nacional a partir do dia 24.

Apesar de serem contrários à PEC, a avaliação da maioria dos docentes foi de que a greve não seria a melhor escolha neste momento. “A PEC não é o caminho, tem muita gordura para cortar antes disso. A reforma do ensino médio também não é boa. Mas a greve não é a melhor opção, não vai mudar o quadro. Tem muita coisa errada no Brasil, mas precisamos nos manifestar de outras formas”, afirma Adenise Lorenci, professora do curso de Engenharia de Bioprocessos.

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Já para João Negrão, professor do curso de línguas e membro da diretoria da Andes, a greve seria a única forma de evitar a perda de direitos. “Esse enfrentamento tem por objetivo melhorar a educação das próximas gerações. Na minha opinião isso é mais importante a fazer”, disse.

Pressão

Desde o início, estudantes que ocupam prédios da UFPR se reuniram em frente ao local da assembleia dos professores para fazer pressão pela aprovação da greve. “A nossa luta unificou, secundarista, graduando e professor”, gritavam. Além do já usual “firme”, três vezes.

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“Somos contra a PEC pelo congelamento dos recursos para saúde e educação”, disse Pelicles Nunes, estudante do quarto ano de enfermagem, de 25 anos. “Da MP, somos contrários à permissão do notório saber, já que vai prejudicar os estudantes de licenciatura”, completou.

Outros alunos estavam em dúvida se a greve de docentes seria uma boa opção. Yasmim Máximo, por exemplo, estudante de engenharia florestal, 20 anos, é contra a PEC do Teto de Gastos, mas não é favorável às ocupações dos alunos e tinha preocupação com a greve . “A maioria dos alunos não quer a greve e ocupações. Estudantes em greve não afetam a ninguém. E, no caso dos professores, algumas matérias até já acabaram”, disse.