“Eu não estou conseguindo dormir e só choro. Eu cuido das crianças com carinho e quando acontece uma situação como essa, penso em largar a profissão. O sentimento é de solidão, parece que estou sozinha no meio do deserto”, assim desabafou uma professora de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que relata ter sido agredida por uma mãe de uma aluna de quatro anos, em frente a 32 crianças na segunda-feira (6). Um dos motivos para a revolta é que a professora é evangélica.

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O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Paraná e está sendo acompanhado pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Curitiba. De acordo com a professora, que pediu para não ter o nome revelado, a mãe já teria causado problemas na escola anteriormente.

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“ Eu sou evangélica, e ela sempre deixou claro que eu não poderia cuidar da filha dela. Eu não falo de Deus na escola, pois não pode. Só que ela pegou uma implicância muito grande. No começo do ano, parei na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pois minha pressão não baixava depois de xingamentos que recebi por parte dela. Faço tratamento psicológico desde então, mas não esperava essa nova agressão”, disse a professora.

Chutes, arranhões e roupa rasgada

No começo da semana, a professora estava trabalhando normalmente, quando ouviu gritos no corredor. Ao perceber que poderia ser novamente a vítima da fúria de uma mãe, ela tentou manter a tranquilidade diante das crianças de quatro anos de idade. “Ela invadiu a sala e partiu para a agressão. Estou toda arranhada nos braços, pescoço, mão e rasgou minha roupa na frente de 32 crianças. Após isso, fugi para outra sala e ela forçou a porta. Ficou tentando chutar e me pegar pelo braço. Quando a Guarda Municipal chegou, ela tinha ido embora”, relatou a educadora.

Com o apoio das colegas e da direção da escola, a professora agredida se encaminhou para a delegacia para realizar a queixa. Um boletim de ocorrência foi aberto por injúria, dano qualificado e lesão corporal. A pedida da vítima, o crime de intolerância religiosa vai ser colocado no documento policial.

“Não estou conseguindo voltar ao trabalho”

Abalada emocionalmente com o caso e com medo de retornar ao local das agressões, a professora ainda não retornou ao trabalho. “Só de pensar em retornar dá ânsia, nervoso. A gente nunca pensa que uma mãe vai invadir uma sala e agredir na frente das crianças. Foi uma cena terrível”, completou a professora.  

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