Desde que o ano começou a polícia estava atrás da família Borges, comandante do tráfico de drogas na favela do Papelão, Capão Raso, e suspeita de executar a tiros o policial militar Emerson Cauvilla, 35 anos, assassinado em sete de janeiro e identificado somente 18 dias depois, no Instituto Médico-legal.
Nesta quinta-feira (13) à tarde as buscas pela família criminosa terminaram em uma casa na Rua Belém, Vila Macedo, Piraquara, bairro que fica ao lado do Complexo Penitenciário da cidade. PMs do serviço reservado chegaram ao local depois de muita investigação e denúncias.
Foram detidos no interior da residência: André Juliano Borges, 21 anos – suspeito de matar o policial por causa de dívida de drogas – a mãe dele, Ezilda Aparecida Rodrigues, 50, e a nora dela, Jocilene Cristina do Nascimento, 25. Segundo a PM, os três tinham mandados de prisão por tráfico de drogas.
“Sabiam que a polícia estava no encalço deles e por isso desapareceram da favela onde mantinham o tráfico. Quando conseguimos localizá-los, se entregaram sem resistência. Na casa não foi encontrado nenhum ilícito”, descreveu um policial do serviço de inteligência do Estado-Maior da PM. Os três foram entregues na Delegacia de Piraquara.
A família Borges era investigada pela Delegacia de Homicídios e pelo 8.º Distrito desde o ano passado. Em setembro, dois integrantes foram presos, mas respondiam a inquérito em liberdade.
Ao final das investigações, a Justiça expediu os mandados. Houve briga entre os próprios irmãos e um deles foi baleado. Após se recuperar, foi preso. André, no entanto, permaneceu solto e segundo a polícia, mantinha os negócios ilegais na favela.
No fim de janeiro, após troca de tiros entre PMs do 13.º Batalhão e alguns suspeitos na favela, os moradores se revoltaram, depredaram e incendiaram parcialmente três sobrados, que seriam da família Borges.
Estavam indignados e acusavam os quadrilheiros de promover a violência na vila. Três dias depois, o corpo do soldado Cauvilla foi identificado no IML e a polícia creditou mais este crime na conta dos Borges.
O PM, que estava desde 1997 na corporação, era conhecido pelos bons serviços prestados à comunidade, mas por problemas pessoais, acabou se tornando usuário de drogas.