Os celulares roubados de clientes do restaurante japonês em que o investigador da Polícia Civil Nielsen Custódio da Silva, 36 anos, na terça-feira da semana passada, foram a principal pista para a identificação dos quatro suspeitos de participar do crime.
Dois deles, Heraldo Ertes dos Santos, o “Biguá”, 23 anos, e Marlon Jhon Anderle, 22, foram presos nessa quinta-feira (06). Eduardo Dias de Oliveira dos Santos, o “Chuck”, e Jhonny Correia estão foragidos.
Nielsen jantava com a namorada no restaurante na Vila Izabel, quando quatro bandidos invadiram o estabelecimento e iniciaram um arrastão entre os clientes. A polícia acredita que ele tenha sido reconhecido como policial e, por isso um dos marginais atirou contra ele.
O rastreamento de dois celulares levados no assalto foi fundamental para a identificação dos suspeitos. Um deles estava sendo usado pelo próprio Biguá e o outro foi vendido para uma loja na Cidade Industrial. O dono do estabelecimento, Eliseu Taborda Lara, 22, foi detido por receptação, mas vai responder em liberdade.
“Ele disse que Marlon e Biguã estiveram na loja para vender os aparelhos e comentaram que tinham cometido um erro na execução do crime”, comentou o delegado Rodrigo Brown, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
Conforme Brown, a quadrilha era especializada em arrastões em restaurantes e o investigador assassinado já tinha a investigado. “Existe a suspeita que ele tenha sido reconhecido por um dos marginais e por isso atiraram nele”, disse Rodrigo.
A suspeita é Biguá seja o autor do disparo. Ele foi reconhecido por testemunhas. Na casa da namorada dele, Mari Estela Soares Pereira, 25, foi encontrado um revólver calibre 38, que foi encaminhada para perícia para confirmar se foi a arma usada no crime.
“A tristeza por perdermos um companheiro continua. O mínimo que podíamos fazer era nós dedicarmos ao máximo para a solução do crime”, afirmou o delegado.
Crime “aceito”
O secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, falou sobre a necessidade do combate ao crime organizado. “Ficou demonstrado que a receptação de objetos roubados, que a princípio tem certa aceitação por parte da sociedade esconde a ação violenta de marginais”.
Polícia apreendeu uma arma, que provavelmente foi usada no dia do crime, e celulares. Foto: Átila Alberti. |
Confira o vídeo do momento da prisão
Confira a entrevista com o delegado.