Após a polêmica da expulsão de um grupo de ioga do Jardim Botânico, em Curitiba, a prefeitura voltou atrás e resolveu autorizar a prática da atividade dentro do espaço, no mesmo local onde ela já vinha acontecendo. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (24), durante uma reunião entre representantes das secretarias do Meio Ambiente, Defesa Social e do grupo Ioga no Parque.
No entanto, para que a medida tenha efeito já a partir do próximo fim de semana, o grupo terá que protocolar um plano de trabalho junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ainda nesta quarta-feira (25) , contendo a definição de datas, horários e método de utilizado para a prática da atividade, tanto no Botânico como em outros locais público onde o grupo atua.
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Para o professor de ioga e idealizador do projeto Ioga no Parque, Silvio Lopes, de 38 anos, a exigência de um pedido de autorização não é ruim, pois formaliza a atividade, o que deve permitir que a prática da ioga se expanda na cidade.
“O episódio desagradável do Botânico acabou atraindo os olhares para um projeto que buscamos há quase oito anos. Além das aulas continuarem por lá, a prefeitura prometeu estudar uma forma de ampliar a proposta do Ioga no Parque. Claro que a situação extrema daquele sábado não foi legal, mas o resultado final de tudo isso ainda deve ser positivo”, explica.
A secretária do Meio Ambiente de Curitiba, Mariza Dias, explicou que o objetivo de um pedido formal para a prática dessas atividades é manter o diálogo mais próximo com a população, para que não haja desentendimentos quando houver qualquer necessidade de alterar alguma das condições para as práticas.
“No Botânico, temos algumas restrições por causa do tipo de espaço utilizado para a prática, mas esses condicionantes já constarão da respectiva licença. Com isso, nós teremos um contato mais próximo com as pessoas que organizam essas atividades, para manter um diálogo com o município e manter uma comunicação mais tranquila”, disse a secretária.
O caso
No sábado (21), o grupo de Ioga foi impedido de começar as aulas por uma administradora do Jardim Botânico. A alegação dada foi de que eles estavam estragando a grama do lugar. A administração do Jardim Botânico ainda acionou a Guarda Municipal para que escoltasse o grupo até o Velódromo anexo ao parque.
As aulas gratuitas de ioga acontecem há mais de quatro anos no Jardim Botânico. Segundo os organizadores, a confusão de sábado começou pouco depois das 9h.
Ao ver que o ponto de encontro costumeiro estava ocupado pela montagem da estrutura para um concerto que aconteceria no domingo (22) à tarde, uma das professoras decidiu seguir com a turma de cerca de 100 pessoas para um local próximo. Nesse momento, ela foi abordada pela administradora do Jardim Botânico.
Desculpas
Ainda no sábado, a confusão motivou um pedido público de desculpas do prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN). Em seu Facebook, o prefeito afirmou não ter gostado da maneira como o grupo foi tratado pela administração do parque. Na mensagem, o prefeito afirmou que quer a prática de ioga no Jardim Botânico e em todos os demais parques e praças de Curitiba.
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“ Fiz os parques e praças para os curitibanos amarem e cuidarem como seus próprios jardins! Ioga é atividade saudável pro corpo e pra mente”, disse, acrescentando ter achado errado a forma como os integrantes do projeto foram tratados. “Não gostei como o processo desse final de semana aconteceu e peço desculpas aos curitibanos de bem que foram mal tratados”.
Segundo a prefeitura , o evento do domingo tinha permissão formal para ser realizado foi montado em uma área do Jardim Botânico que permitia essa ocupação. No entanto, incendiando a polêmica, fotos compartilhadas nas redes sociais mostraram caminhões de apoio do concerto estacionados sobre a grama. Uma das imagens foi compartilhada pelo vereador Goura (PDT) e mostra dois caminhões parados ao lado da tenda já montada.
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