A prefeitura de Curitiba lançou um edital na primeira semana de fevereiro para contratar empresa para elaboração de projetos de melhoria do sistema de drenagem da rua Desembargador Westphalen e do entorno. A obra é complexa e envolve uma série de intervenções que vão afetar a mobilidade, comércio e residências do Centro e outros bairros. O projeto que está sendo licitado, no valor global de R$ 300 mil, é que vai mostrar qual será o impacto social e o custo da obra em si.
O buraco da Westphalen se tornou um problema recorrente a cada chuva forte em Curitiba. Em março de 2019, quando a cratera abriu mais uma vez, o prefeito Rafael Greca (DEM) prometeu nas redes sociais “uma intervenção dramática” para tentar resolver de vez a questão. “O famoso buracão da rua Westphalen com Visconde de Guarapuava merece mais do que solução paliativa”, justificou o prefeito na postagem, referindo-se aos dutos de dimensões defasadas, da década de 1940.
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A proposta é melhorar a drenagem no trecho entre as ruas Visconde de Guarapuava e o rio Água Verde (entre a rua Brasílio Itiberê e rua Almirante Gonçalves), para evitar inundações. Segundo a prefeitura, o local sofre com deterioração do pavimento e alagamentos em função da baixa capacidade de vazão decorrente de problemas hidráulicos na esquina das duas ruas e também no escoamento pela rua Desembargador Westphalen.
Hoje, as águas pluviais que descem pela Visconde seguem pela Westphalen em uma tubulação de médio porte e baixa declividade. O projeto de engenharia deve ficar pronto seis meses após assinatura do contrato.
Tampa furada
Segundo o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues, o projeto da solução técnica vai envolver a troca de galerias de maior porte até o rio, o que vai impactar muito nas vias e comércio. “Enquanto isso, temos optado por uma solução de engenharia de baixo custo. Deixamos ali a tampa de concreto furada como válvula de escape, para minimizar a pressão nas galerias, porque se continuasse estouraria a tubulação e isso sim criaria um grande transtorno dali em diante”, explica.
A tampa deixa a água vazar, causando alagamentos no ponto. Segundo o secretário, a obra definitiva é muito complexa, e por isso precisou ser planejada com calma. “Não há como escavar todo o centro e trocar todas as galerias. Há prédios, ruas, calçadas. A cidade não pode parar enquanto as galerias passam por intervenção”, pondera Rodrigues.
Por outro lado, a região central da cidade está passando por várias obras mais pontuais, realizadas pela Sanepar para cumprir as metas do contrato de programa assinado com a prefeitura de Curitiba em abril de 2018. Segundo a diretora de Recursos Hídricos da SMMA, Ana Carolina Schmidlin, a Sanepar está atuando para corrigir lançamentos irregulares de esgoto. Essas obras vão contribuir com todo o sistema hídrico da cidade, diz ela.