Os prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) se reúnem nesta segunda-feira (31) para definir se vão adotar medidas restritivas mais duras para barrar a transmissão do coronavírus, a exemplo do que fez Curitiba, que voltou à bandeira vermelha, com lockdown, no último sábado (28). Além de falta de leitos, os hospitais da capital enfrentam falta de medicamentos para intubação em UTI não só para pacientes com Covid-19, mas também de outras enfermidades.

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Sexta-feira (27), ao anunciar a vigência da bandeira vermelha até 9 de junho, a secretária municipal de Saúde da capital, Márcia Huçulak, e os diretores dos três prontos-socorros de Curitiba enfatizaram que seria fundamental a RMC adotar as mesmas medidas não só para frear a Covid-19 mas também as internações por traumas, como acidentes de trânsito e ocorrências de violência. Segundo a prefeitura de Curitiba, 65% dos atendimentos de traumas nas emergências dos hospitais do Trabalhador, Cajuru e Evangélico Mackenzie são de pessoas da região metropolitana.

Está na mesa do secretário estadual de Saúde Beto Preto desde a semana passada um pedido da prefeitura de Curitiba para que seja publicado um decreto metropolitano para estender as medidas restritivas à RMC. Além disso, ainda na sexta-feira, após a publicação da bandeira vermelha na capital, o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), o vice-prefeito da capital, Eduardo Pimentel, fez o mesmo apelo diretamente às prefeituras das cidades vizinhas.

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“Reintereamos a necessidade de um esforço conjunto para uma crise sanitária que não é só de Curitiba, mas da Grande Curitiba”, declarou Pimentel. “Pedimos para os municípios da região metropolitana seguirem o decreto de Curitiba, especialmente os do Primeiro Anel, nos ajudando a fazer barreiras de contenção”, complementou o presidente da Assomec.

Para disponibilizar mais leitos, Curitiba reverteu nesta segunda-feira o atendimento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) exclusivamente para casos graves de Covid-19. Além disso, os prontos-socorros dos hospitais do Trabalhador, Cajuru e Mackenzie só vão atender casos de traumas graves até o fim da vigência da bandeira vermelha. Tantos os pacientes de outras enfermidades nas UPAs quanto os casos leves de traumas serão encaminhados paras 19 unidades de saúde básica.

Governo do Paraná

Na bandeira vermelha de março, os 11 municípios limítrofes ou mais próximos de Curitiba adotaram as mesmas medidas restritivas a partir do decreto metropolitano publicado pelo governador Carlos Massa Ratinho Jr (PSD). Procurado pela reportagem, o governo do estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e da Casa Civil, afirma que está avaliando as questões para decidir se publica ou não um novo decreto metropolitano.

Entretanto, ao que tudo indica, o governo não vai publicar um novo decreto metropolitano, cabendo a cada prefeitura decidir se aperta as medidas restritivas ou não.

Semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ingressou com ação no Superior Tribunal Federal (STF) para impedir a adoção de medidas restritivas, em especial o lockdown, no Paraná e mais dois estados, o Rio Grande do Norte e Pernambuco. O governador Ratinho Jr, o secretário de Saúde Beto Preto e o chefe da Casa Civil Guto Silva têm evitado comentar a decisão de Bolsonaro de tentar banir na Justiça as medidas restritivas no estado.

“O governo do estado entende que as medidas são necessárias no momento, diante do quadro da pandemia, e vai aguardar manifestação da Justiça”, limitou-se a dizer o governador semana passada, referindo-se à restrição já em vigor, que ampliou o toque de recolher em uma hora, das 20h às 5h do dia seguinte.