Alunos dos cursos de hidroginástica e hidroterapia oferecidos no complexo da Unidade Básica de Saúde (UBS) Ouvidor Pardinho, entre o Centro e o bairro Rebouças, tiveram as aulas temporariamente suspensas depois que canos que compõem o sistema de aquecimento da piscina e dos chuveiros da estrutura foram levados por ladrões. O furto foi percebido neste domingo (16), quando um funcionário chegou ao local e notou um vazamento de água. Ao todo, 1.420 idosos foram prejudicados.
Além de arrombar a casa de máquinas onde ficam esses canos, os ladrões também conseguiram entrar na sala onde ficam os motores responsáveis pelo funcionamento das piscinas. Um dos motores foi retirado do local, mas, provavelmente por causa do peso, foi deixado junto à piscina.
“Foi um susto”, disse Jesus Gomes, de 58 anos, que percebeu o furto. Ele conta que chegou à unidade por volta das 16 horas deste domingo para colocar cloro na piscina quando notou o vazamento. “Quando cheguei mais perto vi que os canos tinham sido levados. Na hora já comuniquei minha coordenadora” .
De acordo com Gomes, essa não é a primeira vez que vândalos invadem a área. No início do ano um grupo entrou no complexo, nadou e deixou a piscina toda suja.
Sem prazo para normalização
Danielle Foutoura Teixeira, de 46 anos, autoridade sanitária da Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, disse que ainda não há um prazo para que as aulas de hidroginástica e hidroterapia sejam retomadas no local. Atualmente, o complexo da Ouvidor Pardinho é o único que fornece exercícios aquáticos exclusivamente para idosos na rede pública de saúde de Curitiba.
De acordo com a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), responsável pela piscinas e pelas atividades praticadas no local, uma previsão sobre o retorno das aulas só deverá sair na tarde desta segunda, após uma vistoria técnica.
A secretaria informou que o motor foi danificado e que, caso tenha de ser substituído integralmente, o processo vai depender de licitação. Se for um dano reparável, o conserto deve ser mais rápido, mas apenas um laudo técnico poderá estabelecer um prazo para reparo.
Atualmente, 1,2 mil idosos praticam hidroginástica na unidade. Outros 220 fazem aulas de hidroterapia. Cada grupo, formado por cerca de 40 alunos, frequenta as atividades duas vezes por semana.
“Eu vim lá do Fazendinha, cheguei aqui e vi o que tinha acontecido.É bem difícil. Mas pior agora é ficar sem aula e ter que voltar a sentir dor no joelho”, declarou a aposentada Eliana dos Santos, de 70 anos.
A também aposentada Marisa Martin, de 63 anos, faz aulas de hidroginástica na unidade há cinco anos e diz que a prática da atividade é uma recomendação médica. Ela diz que a segurança no entorno do posto de saúde tem ficado cada vez mais frágil e revela ter medo de que os alunos voltem a ser prejudicados por causa de vandalismo. “Nós estamos enfrentando falta de segurança, é muita gente desconhecida andando por aí”, relatou.
A chefe da unidade contou que, além do arrombamento neste final de semana e da invasão na piscina no começo do ano, ladrões levaram, há cerca de um ano, um aparelho de televisão que estava dentro do posto. No entanto, segundo ela, essa foi a primeira vez que a equipe se deparou com uma situação tão grave como essa.