O cabo da Polícia Militar que atirou e matou um cachorro na última segunda-feira (22), em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (24) na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente.Segundo o delegado Matheus Laiola, o PM vai responder por maus tratos de animais com pena de três meses a um ano de prisão e agravante de um terço por ter matado o cão.
“O policial veio acompanhado do superior hierárquico dele e do seu advogado. Ele alega que se defendeu de uma injusta agressão. Que já havia sido mordido pouco antes e foi atacado novamente. Mas é caso de maus tratos. Ele vai atrás do cachorro para chutar e depois dar o tiro. Já encaminhei o procedimento para Justiça e a Corregedoria”, explica o delegado.
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Pelas câmeras de segurança, é possível ver o policial, que estava de folga, chegar em uma residência e conversar com o dono. Ele aparece mostrando o tornozelo indicando que havia sido atacado uma vez. Até que o cachorro passa pelo portão e avança no cabo, que chuta e depois acerta um tiro no animal.
Segundo a conclusão da polícia civil, o cachorro era “comunitário” da região. Ou seja, era criado pelos moradores, mas não tinha nenhum dono. Ele se chamava Pipoco e pesava aproximadamente 5 kg. “O Pipoco estava sempre ao lado de outro cachorro, o Pipoca. Esse nós vamos lá resgatar”, promete o delegado.
Advogado do policial contesta versão
O advogado Rogério Nogueira, que representa o cabo, contesta a versão de que o cachorro era de rua. A versão do PM é de que o animal pertencia ao dono da casa, que aparece nas imagens das câmeras de segurança.
“Ele havia passado uma vez na rua e foi mordido no tornozelo. Depois, voltou para tentar localizar o dono e o cachorro avançou de novo. Então, ele esperou para ver de quem era o cão. Quando ele viu o animal entrando na residência, foi avisar o proprietário para tomar cuidado, pois o cachorro poderia avançar em mais pessoas. Os dois tiveram uma discussão e o dono soltou o cachorro para avançar nele”, responde o advogado.
Questionado pela reportagem sobre a necessidade de dar um tiro no animal, Nogueira defendeu o cliente. “Na hora, eles estavam discutindo e o dono do animal está contando essa história de que não é o dono. Depois de atirar no animal, ele prestou socorro e ficou lá. Ele está abalado com o acontecido porque gosta de cachorros. Ele tem um cão de estimação, que é adotado”, finaliza o representante do PM.
Em nota, a Polícia Militar disse que “além do Inquérito Policial feito pela Polícia Civil, o batalhão instaurou um procedimento administrativo para apurar os fatos na esfera disciplinar”.
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