O cruel assassinato do superintendente da delegacia de Campo Largo, Marcos Gogola, na manhã de quinta-feira (05), causou comoção entre a classe e na cidade. Gogola foi morto quando escoltava um preso até o dentista, com o agente de cadeia pública Marcus Vieira Nyhus, o “Chiquito”, que também foi baleado. Os envolvidos no crime foram detidos e entraram em confronto com a polícia no início da noite e um deles está morto.
“Chiquito” e Gogola escoltaram Dionatan Mendes de Quadros, 23 anos, preso por roubo desde 3 de junho, até o consultório odontológico. A mãe do preso marcou o atendimento, na Rua Dom Pedro II, no centro de Campo Largo, e o advogado pressionou a semana inteira para que o rapaz fosse ao dentista. Por volta das 11h15, Dionatan era atendido, quando três encapuzados invadiram o consultório.
Reconhecido
Valmir Stpaniv / Jornal Diário Metropolitano |
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Dionatan esta internado. Veja na galeria de fotos o crime. |
Eles tomaram a pistola de Gogola, imobilizaram o policial e “Chiquito”, que não tem porte de arma, e pegaram Dionatan. O dentista e uma funcionária também foram ameaçados. As testemunhas contaram que um dos encapuzados reconheceu Gogola e deu a ordem: “Mata ele! Mata ele!”. Eles deram um tiro na cabeça do superintendente, outro nas costas de “Chiquito”, e fugiram com Dionatan em um Kia Seratto.
Gogola morreu na hora. Socorristas do Siate encaminharam “Chiquito” para o Hospital Nossa Senhora do Rocio. Apesar da gravidade do ferimento, as informações são que ele está consciente.
Atrasado
O Kia Seratto foi abandonado em São Caetano, zona rural de Campo Largo, onde se concentraram as buscas pelos atiradores. De acordo com o tenente Fábio, do 17.º Batalhão de Polícia Militar, o veículo era monitorado desde segunda-feira, por dar fuga a assaltantes depois de vários roubos a residências em Campo Largo.
Profissional competente e benquisto
“Houve muita maldade. Atiraram nele sem precisar. Ele dava o suor todos os dias pela profissão e solucionava homicídios em 48 horas. Hoje deu o sangue”, lamenta a delegada Gisele Mara Durigan, titular da Delegacia de Campo Largo e amiga de Gogola.
O policial se tornou superintendente quando Juscelino Bayer, foi nomeado secretário da segurança da cidade. Os dois trabalharam juntos por muitos anos e Juscelino precisou de apoio médico quando viu Gogola morto. “Espero que essa polícia da qual eu faço parte, a quem amo tanto, faça justiça por ele como ele fez por tantas pessoas”.
Vários policiais civis de várias delegacias de Curitiba e região estiveram ajudaram nas buscas pelos suspeitos, entre eles os delegados Rubens Recalcatti e Dirceu Schactae, da Delegacia de Homicídios. Colegas de Gogola, profissionais da imprensa e até moradores da cidade, que acompanhavam o trabalho da polícia, choraram a perda do profissional.
História
Gogola tinha 27 anos de trabalho na polícia, dos quais mais de 10 em Campo Largo. A dedicação ao trabalho foi elogiada por todos. Na quarta-feira, Gogola deu entrevista ao Paraná Online, sobre três casos que havia solucionado. Ele sempre estava a par dos crimes ocorridos na cidade. Em três anos poderia se aposentar. Ele era casado e deixa três filhos.