A Polícia Civil de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, já está com as imagens de câmeras de segurança que podem ajudar na elucidação da morte de Milton Stiegler. O crime aconteceu na manhã desta quinta-feira (25) e, apesar de boatos levantados, nenhuma informação é confirmada pela polícia.
Stiegler, que era peça-chave na apuração de uma investigação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi alvo de 16 tiros, disparados por dois homens que chegaram ao seu ferro-velho, localizado no bairro Bom Jesus. Além das imagens de câmeras de segurança, a polícia apreendeu também um cartucho e um projétil, que devem passar por perícia.
Na quinta-feira mesmo, algumas testemunhas já foram ouvidas pelos policiais. Nas próximas semanas, mais pessoas devem ser chamadas para depor na Delegacia de Campo Largo, para contribuir com as investigações. A polícia tenta chegar a uma linha de investigação concreta, para descobrir quem foram os autores do crime.
Alguns boatos são de que a morte de Stiegler possa ser uma queima de arquivo. Isso porque ele era uma das principais testemunhas e acusados da Operação Vortex, desencadeada pelo Gaeco em 2013. Apesar disso, a polícia não confirma nenhuma hipótese para o crime, pois considera muito recente o assassinato.
Operação Vortex
As investigações do Gaeco apontam que a rede de extorsão atuou durante um ano. Entre as unidades investigadas na época estavam duas delegacias de Curitiba: Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) e o 6.º Distrito Policial, no bairro Capão da Imbuia. A corrupção acontecia a partir de falsas fiscalizações em lojas de autopeças e ferros-velhos.
Stiegler tinha um ferro-velho em Araucária naquele ano e a investigação começou quando ele procurou o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para dizer que era vítima de extorsão policial. Segundo o homem, os agentes forjavam fiscalizações e pediam dinheiro para fazer “vista grossa” em irregularidades. Stiegler também foi preso durante a investigação em 2013, suspeito de receptação de veículos furtados e roubados.
O trabalho do Gaeco, conforme publicado pela Gazeta do Povo, virou ação penal e tramita na 6.ª Vara Criminal de Curitiba, em que quatro delegados da Polícia Civil do Paraná, 16 investigadores e agentes de apoio e três empresários são acusados de lavagem de dinheiro, abuso de autoridade, formação de quadrilha corrupção ativa e passiva e concussão.