Moradores do bairro Caximba acordaram com grande movimentação de policiais na manhã desta sexta-feira (23). Isso porque a Polícia Militar deu apoio a uma decisão judicial de realizar a reintegração de posse da área de invasão chamada Primeiro de Setembro, nas proximidades da Estrada Delegado Bruno de Almeida, onde moravam aproximadamente mil pessoas. O trabalho começou às 6h e terminou só no meio da tarde.

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Os ocupantes estavam no local há aproximadamente um mês, não queriam sair e a ordem judicial foi expedida pela 19ª Vara Cível de Curitiba. De acordo com a PM, os moradores das 237 casas foram orientados a desmontar os barracos, alguns de madeira e outros de lona, que foram instaladas por lá e usar caminhões disponibilizados pelo dono do terreno para sair do local.

O major Netto, que coordenou a operação, explicou que o trabalho de reintegração foi feito de forma fragmentada. “As famílias foram avisadas pouco a pouco, com antecedência, que seriam retiradas da área e que iriamos cumprir a decisão”. Na ultima semana os policiais estiveram na área quatro vezes. “Pessoalmente fiz questão de informar que os moradores deveriam sair, mas eles não o fizeram e tivemos que vir com apoio para cumprir a reintegração”, disse.

Para ajudar na saída dos moradores, os proprietários do terreno disponibilizaram caminhões e carregadores, para que as famílias tivessem apoio na retirada dos pertences, mas a desocupação não foi fácil. Algumas das famílias estavam prontas para sair, mas foram impedidas. “O líder da invasão não permitiu a saída das pessoas, algumas das famílias estavam até com tudo preparado e desmontado para carregar no caminhão, mas ele não liberava a saída”, contou o major.

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Perto do meio do meio-dia, depois de muita conversa, a PM conseguiu cumprir o mandado. “Tivemos que fazer o trabalho com muita calma e esperar que o líder da área contribuísse e os moradores retiraram suas coisas sem nenhuma complicação”. Depois da negociação, a desocupação aconteceu sem nenhuma resistência dos moradores.

Foram utilizados mais de 500 policiais do 1º Comando Regional, que envolve o 12º, 13º, 20º e 23º Batalhão da PM. Além disso, o helicóptero do Grupamento Aeropolicial de Resgate (Graer) também estava no local.

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A área em que foi cumprida a reintegração é particular. A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) informou que as famílias que desejarem ser candidatos a imóveis devem fazer o cadastramento o quanto antes, pela falta de imóveis nas unidades em produção. Os imóveis que estão sendo construídos já têm os proprietários definidos.

Para participar do cadastramento, as famílias precisam participar da inscrição como todos os outros. Além disso, a renda deve ser de até R$ 1.600 mensais. A convocação para aquisição de unidades acontece através de um sorteio determinado pelas normas do programa Minha Casa, Minha Vida. Já os candidatos com renda acima do valor mencionado são chamados por ordem de inscrição.

Os moradores que não tiveram para onde ir foram orientados pelas autoridades a procurar um Centro de Referência e Assistência Social (Cras) mais próximo. A Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) mandou equipes para o local para auxiliarem as famílias. Algumas delas já tinham cadastro com a FAS por ter outros terrenos e foram orientadas a voltar para o local de origem.

Prisões

Durante o mês de trabalho da Polícia Militar na invasão, duas pessoas foram presas. Um rapaz com arma de fogo e outro com 60 papelotes de cocaína. “Isso mostra que, embora tenhamos pessoas de bem, o crime sempre está presente nas áreas mais afastadas da cidade”, disse o major. Nesta sexta, ninguém foi preso e nada de ilícito foi encontrado pe,la PM no local.

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Os policiais militares encontraram terrenos do local a venda na internet. A propaganda estava em um site de vendas conhecido no país. “Encontramos o anuncio, a pessoa foi identificada e pode responder criminalmente”, explicou o major Neto. O homem cobrava um valor de R$ 8 mil pelo terreno.