Na manhã da última segunda-feira (20), policiais civis da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) desencadearam a Operação Terceira Idade, em alusão às idades da vítima e dos indiciados, todos maiores de 60 anos. Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e sete mandados de busca e apreensão.
O caso noticiado pela vítima, uma senhora de 84 anos, viúva e sem parentes vivos, chama atenção pelos valores envolvidos. A vítima possui, em virtude de herança, um patrimônio milionário em imóveis em Curitiba. O indiciado Hélio Leonidas Chocai, 68 anos, era responsável pela administração dos referidos imóveis.
O advogado Norberto Trevisan Bueno, 71 anos, em certo momento, passou a administrar as finanças da vítima, junto com Chocai, sendo que então no ano de 2012 venderam o imóvel em que a vítima residia na Avenida Iguaçu por R$ 9 milhões, e na sequência passaram a comprar diversos imóveis com parte deste valor arrecadado.
Passam também a usufruir deste patrimônio. Bueno passou a residir e trabalhar em imóveis de alto padrão de propriedade da vítima, sem pagar qualquer aluguel, e Chocai a receber pela administração dos alugueis gerados.
A vítima percebeu que estava sendo ludibriada, quando soube que uma de suas contas bancárias, as quais os acusados movimentavam por meio de cheques que a vítima lhes assinava sob os mais diversos argumentos, estava negativa em mais de R$ 100 mil.
Foi também preso o contador Murilo Fagundes de Lima, 61 anos, que é suspeito de fazer parte do esquema para dilapidar o patrimônio da vítima.
Segundo o delegado-titular da DEDC, Marcelo Lemos de Oliveira, a investigação agora aguarda as quebras de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos. “Caso fiquem comprovados os fatos noticiados, responderão pelos crimes de estelionato e associação criminosa, e se forem condenados ficarão sujeitos a uma pena de até 8 anos de reclusão”, disse o delegado.