A polícia vai continuar investigando a morte da funcionária de serviços gerais de uma empresa de telefonia, Arlete Maria Colaço, 47, encontrada no banheiro do local, no centro de Curitiba. O crime aconteceu na noite de segunda-feira (07). Isso porque imagens mostram que o principal suspeito, Thiago Pomocena Domingues, 29, foi visto em direção ao corredor que leva ao banheiro da empresa antes da chegada da mulher.
As imagens das câmeras de segurança da empresa foram passadas nas últimas horas para os policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e vão contra os depoimentos que Tiago teria dado. O rapaz morreu em acidente de trânsito na manhã de quarta-feira (08).
Tiago trabalhava como porteiro na empresa há pouco mais de um ano. Ele contou à polícia que na noite do crime a mulher veio, o entregou as chaves e disse que iria tomar banho antes de ir embora. Algum tempo depois, ele teria estranhado que ela não voltava e, ao ver o que havia acontecido, encontrou Arlete morta no chuveiro.
Apesar disso, o depoimento dele, que foi registrado por escrito na DHPP, vai contra o que as imagens das câmeras de segurança da empresa mostram. Para a polícia, o porteiro estaria esperando a vítima dentro ou perto da entrada do banheiro.
“Ele nos disse que só foi atrás de Arlete depois que estranhou a demora, mas o que nos chama atenção em uma analise preliminar de todas as imagens, é que Tiago passa pelo corredor que dá direção aos banheiros antes da vítima”, explicou a delegada Ana Claudia Machado, responsável pelas investigações.
O irmão de Tiago, Daniel Pomocena Domingues, 22 anos, disse nesta quinta-feira (09) à reportagem do Paraná Online que o porteiro estava muito abalado e se dizia inocente. Daniel contou que o irmão havia lhe dito que cumpriu ordens de um encarregado da empresa ao arrombar a porta do banheiro onde a mulher estava e tentar reanimá-la com massagem cardíaca, porque era técnico em segurança do trabalho. “Por este motivo ele sujou as roupas com sangue”, afirmou.
Conforme a polícia, o que Tiago teria dito ao irmão dele também vai contra o que o porteiro teria dito em depoimento aos policiais, na DHPP. “Em momento algum ele diz que um terceiro pediu para que ele entrasse ou arrombasse o local onde a moça estava. Ele também não disse que não tentou reanimar a vítima, pelo contrário, ele nos disse que o bombeiro civil foi quem tentou o procedimento. As alegações não batem”, disse a delegada. No depoimento de Tiago, há ainda confusão sobre a chave da porta, que estava trancada.
Por conta das divergências no depoimento e sobre o que Tiago teria dito às outras pessoas, a polícia o mantém como o principal suspeito do crime. De qualquer forma, as investigações continuam para tirar toda e qualquer dúvida que possa restar.
“Impressões digitais foram colhidas no local do crime, cabelo foi encontrado nas mãos de Artele e o uniforme que ele usou no dia também será encaminhado para analise”, explica a delegada. Além disso, a polícia vai continuar analisando as várias horas de gravação do circuito interno de câmeras de segurança.
Caso as investigações terminem e apontem que, realmente, Tiago foi o autor do assassinato, o inquérito será dado como encerrado. “E aí, a real motivação, a real dinâmica de como o crime aconteceu, não teremos como saber, porque os dois envolvidos estarão mortos”, disse Ana Claudia.