PMs são acusados de agredir adolescentes no Parolin

Moradores da Rua Gastão Poplade, no Parolin, em Curitiba, estão revoltados com a Polícia Militar. Eles acusam policiais do 12.º Batalhão de terem agredido cinco adolescentes – quatro meninas e um garoto com idades entre 12 e 17 anos – que conversavam na frente de uma residência, no final da tarde de quinta-feira. Todos foram levados pelos policiais ao Hospital do Trabalhador e, em seguida, três deles foram encaminhados à Delegacia do Adolescente, por desacato à autoridade e resistência à prisão.

A mãe e tia das vítimas contou que a confusão começou por causa de um mal-entendido. “As crianças brincavam na calçada e uma das minhas filhas xingou o priminho, de brincadeira. Os policiais que faziam patrulhamento na rua acharam que era com eles e não gostaram. Então fizeram a volta e foram tirar satisfações”, disse a mulher.

A garota explicou aos policiais que a brincadeira não era com eles, mas não adiantou. “Já desceram da viatura e agrediram minha filha”, disse. Atingida por golpes de cacetete, a menina levou cinco pontos na cabeça. A mãe se abraçou à filha e também levou pancadas na barriga.

A truculência continuou e, embora se tratassem de adolescentes desarmados, sem nenhuma condição de fazer frente aos policiais, foi chamado reforço e, em poucos minutos, a rua ficou repleta de viaturas.

“Eles já saíam dos carros batendo nas crianças. Pegaram meu filho pelo pescoço, esganaram e jogaram no chão. Depois pisotearam e chutaram o menino”, relatou outra testemunha.

Na manhã de ontem, os sinais da violência ainda estavam marcados no pescoço e na barriga do garoto. Outra adolescente afirmou que, no trajeto até o hospital, foi ameaçada pelos policiais. “Eles tiraram fotos de mim e disseram que eu estava marcada e iriam me matar”, relatou.

Durante a confusão, moradores começaram a se aglomerar na rua e os policiais efetuaram disparos para dispersar a multidão. Ao fim da pancadaria, três dos envolvidos foram levados à Delegacia do Adolescente e liberados em seguida.

Conflitantes

Responsável pelo policiamento da região, o major Roberto Rueda Strogenski, do 12.º Batalhão da Polícia Militar, afirmou que as informações relatadas no boletim de ocorrência são conflitantes com a versão apresentada pelos moradores da rua.

De acordo com ele, durante o patrulhamento um policial da viatura 7470 foi ofendido por uma adolescente e resolveu abordá-la. “Ela continuou com as ofensas e o policial deu voz de prisão”, disse o major. Na sequência, a menina teria tentado agredir o policial, com ajuda de familiares e outros moradores, dando origem à confusão.

Sobre a violência empregada, o major Rueda declarou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar as circunstâncias da ocorrência. Segundo ele, dois policiais também ficaram feridos e foram submetidos a exames de lesão corporal no Instituto Médico-Legal (IML).

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