Um canteiro localizado no bairro São Francisco, em Curitiba, está deixando pais e tutores de cachorros preocupados. Uma planta considerada tóxica, que pode causar irritação na pele ou mesmo um problema mais sério nos olhos, foi plantada na região por um fisioterapeuta. A planta é o avelós palito de fogo ou aveloz, de nome científico Euphorbia tirucalli, uma espécie africana que pode alcançar de sete a oito metros de altura. Veja fotos abaixo.
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O canteiro fica na Alameda Júlia da Costa, em frente a um prédio residencial e alguns pontos de comércio, inclusive ao do Álvaro José Lins, fisioterapeuta responsável pelo aveloz. Há dois meses, Álvaro plantou a espécie originária do continente africano após pedidos dos vizinhos, pois a moreia que era cultivada por ele anteriormente no local estava alta e virando espaço de necessidades de pets.
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“Tinha virado um banheiro público e poderia servir de proteção para ladrões. Gastei R$ 4 mil com os aveloz, recebi elogios dos vizinhos e agora, alegam que uma criança pode quebrar a planta e colocar o látex no olho. Não sei onde isso quer chegar”, questionou Álvaro.
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Riscos no contato com a planta
A Tribuna do Paraná procurou um especialista, para entender o que o contato de uma pessoa ou pet com a planta pode provocar. De acordo com Vinícius Bednarczuk de Oliveira, coordenador e professor do curso de Farmácia da Uninter, e pesquisador na área de química de produtos naturais e incorporação de novas tecnologias, não se pode tocar e jamais ingerir o aveloz.
“Ainda não existe comprovação das propriedades medicinais. Já conheci pessoas que fizeram o chá e passaram mal devido a ingestão do líquido. O perigoso é a seiva leitosa, o látex que sai dele. Em contato com a pele, pode provocar reações cutâneas como vermelhidão, coceira, porém, o uso interno não é indicado para nenhuma finalidade. Existem plantas que podem provocar cegueira, mas não nesse caso do aveloz”, alertou o especialista.
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Popularmente, mas sem nenhuma comprovação científica, pessoas acreditam que o aveloz pode auxiliar no combate ao câncer e mesmo na cicatrização de machucados. “Existem estudos, que ainda não tiveram o resultado divulgado, sobre a chance da planta ajudar em casos de câncer. O complicado ali, é que está de fácil acesso a todos, mas tem outras espécies na cidade que também são tóxicas como comigo-ninguém-pode e coroa-de-cristo ”, comentou Vinícius Bednarczuk de Oliveira.
“Se não colocasse placa, não teria esse barulho”
De acordo com Álvaro, os animais não irão ter contato com a planta, que chegou a estar cercada por fitas, mas foram tiradas posteriormente devido a uma obra na rua. Quanto às crianças, o fisioterapeuta não acredita que isso irá ocorrer, e tratam-se de apenas possibilidades e não da certeza de que irá acontecer.
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“Essa planta tem uma toxidade que quase 80% das plantas possuem. O animal tem faro, não chega perto disso. Aqui do lado, tem várias crianças e ninguém vai colocar na boca. Do outro lado da rua, tem um canteiro que também tem seiva. Será que é tóxico também? A análise deveria ser muito maior, deveria ter um lei municipal, aí acabaria com muito canteiro na cidade. Acho que se eu não colocasse a placa, não teria esse barulho”, informou o fisioterapeuta.
Quem gostou do canteiro foi Rafaela Teixeira, moradora do prédio que fica em frente ao canteiro, que elogiou a ação do Álvaro. “Ficou super bonito. Tem coroa-de-cristo na cidade inteira, e querem implicar aqui na frente? Não tem nada demais, ele cercou o espaço e colocou uma placa alertando. Ele gosta de cachorro, acho absurdo falarem que crianças iriam ter acesso a planta”, completou Rafaela.
Propriedades toxicológicas e biológicas
A espécie Euphorbia tirucalli, popularmente conhecida como aveloz, tem ampla distribuição geográfica devido a grande capacidade de aclimatação. Considerada também tóxica, instiga estudos sobre as suas propriedades toxicológicas e biológicas.
O aveloz é uma planta de origem africana levada a diversos países tropicais, dentre eles o Brasil, no qual se aclimatou melhor na região Nordeste. O arbusto quase sem folhas mede cerca de 7 a 8 metros de altura e é conhecido pelo perigo que oferece, já que produz um suco leitoso (látex) acre e cáustico. Por isso, é utilizado como cerca viva para afastar homens e animais.
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