Gesto de carinho

Pizza veio sem recheio na RMC: ao abrir a tampa, uma mensagem de empatia

pizza sem recheio
Foto: reprodução / rede social.

Um pedido de pizza em família repercutiu como um enorme gesto de carinho em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, no último dia 13 de janeiro. Era uma sexta-feira e a caixa de entrega veio com um desenho na tampa representando o símbolo do autismo e também uma mensagem de “bom apetite”, que foi fotografada e postada nas redes sociais. A ideia da mensagem partiu de uma das atendentes da matriz da pizzaria DNA da Pizza, em Fazenda Rio Grande.

A surpresa emocionou a enfermeira Kely Pereira, 39 anos, cliente que fez pedido. Mãe de um filho autista de 17 anos e tia de um menino autista de 6 anos, eles resolveram pedir pizza naquela sexta. Ao ligar para a DNA da Pizza, tinha uma promoção para um refrigerante grátis. Kely sugeriu cancelar o refrigerante e pagar por um pedaço de pizza a mais, somente com a massa, sem o recheio da pizza. O pedido inusitado é por conta do filho que tem seletividade alimentar, comum em autistas.

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“Ele só come a massa. Para a minha surpresa, eles me disseram que mandariam o refrigerante e ainda me mandaram uma massa assada sem nada de pizza brotinho, por conta da casa. Quando abrimos a tampa, lá estava a mensagem”, contou a enfermeira.

A Kely postou a foto da embalagem no Facebook, no grupo do “Não Recomendo / Recomendo em Curitiba“. A repercussão foi imediata e chegou até a pizzaria. “Jamais imaginamos que isso pudesse acontecer. Quando a gente viu, a postagem já tinha mais de mil curtidas. Ficamos muito felizes”, contou a gerente Natali Nascimento, 22 anos.

Segundo ela, a pizzaria costuma “estar por dentro” de ações como Novembro Azul, Setembro Amarelo, Outubro Rosa, por isso há uma rotina de escrever mensagens nas tampas das caixas de pizza. “A gente vive tendo que comprar mais canetas, pra poder escrever. Naquele dia, uma funcionária que tem afilhado autista disse que queria fazer uma coisa que, se fizessem com ela, ficaria feliz. Todos acharam legal e ela fez o desenho”, contou a Natali.

A funcionária é a Eduarda Caroline Matoso, 20 anos. Ela contou que todo mundo pode desenhar ou escrever mensagem nas caixas. Que alguns clientes pedem por causa de datas de aniversário, por exemplo. No dia do pedido da Kely, ela que atendeu o telefone.

“Sempre desenhamos nas caixas para os clientes e, raramente, é algo que eles pedem em específico. Sabe, às vezes, usamos da criatividade mesmo. Nesse dia, lembro que estávamos em muitas pessoas no balcão, trabalhando, e quem tirou o pedido fui eu”, contou.

“Na ligação, a moça havia pedido pra trocar uma promoção pela massinha da pizza. O que mexeu com o meu coração foi o fato de ela ser a mãe e abrir mão de tudo por uma simples massinha de pizza assada para o filho e sobrinho. Assim que eu terminei a ligação pensei: ‘por que não mandar um desenho de bom apetite?’. Senti no coração que deveria desenhar algo relacionado ao autismo. Papai do céu me tocou e o amor e afeto transbordaram”, lembra a Eduarda.

A mãe diz que resolveu postar a foto da pizza por reconhecimento do carinho que recebeu. “Para mães atípicas, é sempre uma luta. Meu filho já sofreu muito bullying, tive que trocar ele de escola diversas vezes. Como recebi esse gesto lindo, precisei reconhecer. Senti uma alegria imensa. Fiquei muito feliz e minha família também”, agradeceu a Kely.

Até a noite de terça-feira (24), a postagem já contava com mais de 4 mil curtidas e inúmeras repostagens.

Seletividade alimentar

Uma das pessoas que repostou a publicação foi a pedagoga e psicopedagoga Ester Cardoso de Moraes Galter, que realiza trabalho social na Associação de Atendimento e Apoio ao Autista (AAmpara). Em Curitiba, ela atende famílias e crianças com autismo e presta consultoria pedagógica na formação de professores. “Eu achei sensível, de uma enorme empatia, carinho, gentileza e respeito à causa. Eu torço por mais ações como essa. Somos diferentes e está tudo bem. As diferenças são manifestadas nos cardápios”, destacou.

Sobre a seletividade alimentar, a Ester Moraes contou que passou por isso com seu filho autista. “Ele se alimentava de alguns alimentos, outros não. Eu fui fazendo um trabalho lúdico, de sensibilização para que ele pudesse comer. Não se trata de um querer, de gostar ou não gostar da comida, tem relação com o transtorno sensorial”, contou.

Segunda a pedagoga, é comum que o autismo seja associado ao transtorno sensorial. Ester diz que, assim como existem as questões de andar com na ponta dos pés, girar para se organizar, fazer movimentos repetitivos, a alimentação também pode sofrer interferência. A seletividade pode ser por cores, textura, cheiro, gosto, entre outros.

“Se for forçada a comer, por exemplo, a pessoa sente ânsia de vômito. Quando acontece com alimentos essenciais como arroz, feijão e carne, é feito um trabalho de sensibilização para que a saúde não seja prejudicada. Por exemplo, não come feijão por conta da casquinha. A mãe peneira, faz caldo, bolinho e faz algo semelhante com a textura que ele goste, para que o filho coma”, explica.

Vale ressaltar que, em alguns casos, são os tipos de composição dos alimentos que fazem mal para o organismo. Sendo assim, exames médicos são necessários para detectar possíveis intolerâncias ou alergias.

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