Faltando pouco mais de dois meses do verão, a Vigilância Sanitária Municipal interditou, na semana passada, as duas piscinas externas da sede social da Kennedy do Paraná Clube, em Curitiba. Figurando por décadas entre as principais opções de lazer da cidade, a estrutura no bairro Guaíra está há meses suja e com aspecto de abandono. Além das piscinas, o parquinho e a sauna também estão com a restrição, fazendo o clube enfrentar processo administrativo que deve gerar cobrança de multa. Mesmo assim, a diretoria promete que ao menos as piscinas estarão em pleno funcionamento até o fim do ano.
Com lodo e sujeira, as piscinas chamam a atenção por destoarem da lembrança que muitos curitibanos têm do local, icônico para a cidade. Até porque água parada é sinônimo da presença do mosquito Aedes aegypti – e consequentemente, dengue. A vigilância chegou a colher amostras para verificar se há a presença do inseto, mas os resultados ainda não estão prontos. O clube, por sua vez, afirma que a água nunca esteve parada, apesar da sujeira não ter sido removida nos últimos meses: “A água fica circulando nos filtros da piscina, isso e o cloro impedem que mosquitos se proliferem”, garante o presidente do Conselho Deliberativo do Paraná Clube, Luiz Carlos Casagrande.
Já no parquinho, o problema é de conservação dos brinquedos, muitos dos quais se tornaram perigosos para uso com a falta de manutenção. A sauna, enquanto isso, já havia sido interditada em maio deste ano, depois de uma denúncia à prefeitura. Na época, houve a constatação de bolor nas paredes e a necessidade de adequação de outros aspectos da estrutura.
Por causa do fechamento da sauna, o clube precisou arcar com o pagamento de uma multa, que não teve o valor informado pela vigilância. Também em maio, as outras áreas da sociedade chegaram a ser fiscalizadas, mas não foi constatada mais nenhuma irregularidade.
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Piscina aberta
O plano da administração do clube é ajeitar a piscina para que o uso comece a partir da primeira semana de dezembro. “Começamos a manutenção nesta segunda-feira (1.º). Faremos a limpeza da piscina com a análise de águas, a poda de árvores, a limpeza de calçadas, entre outros”, afirma Casagrande. O presidente não se pronunciou sobre a sauna e o parquinho.
Depois de conseguir a aprovação da vigilância para funcionamento, o clube pretende fazer a venda de ingressos diários para uso das piscinas, sem a necessidade de ser associado. Esse mesmo esquema chegou a ser implantado no último verão. Ainda não há data exata prevista para o início das atividades, ou preço do ingresso, conforme o presidente.
Para evitar que a situação volte a acontecer, a diretoria tem um plano de uso diferente das piscinas para o inverno que vem: o local deve ser cedido para práticas de grupos de mergulhadores, ou treinamento de policiais militares e bombeiros. Em troca, as corporações e atletas fariam a limpeza.
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Dificuldades financeiras
Diante dos sinais de abandono do clube, Casagrande assegura que o estado das três áreas não reflete as condições de toda a sede. “A cancha de grama sintética, a quadra de futebol de salão e outras áreas foram reformadas recentemente, e são usadas com frequência”, relata. Mesmo assim, outras áreas do imóvel estão fechadas e sem previsão de funcionamento – caso da piscina coberta, que está vazia e sem acesso há anos.
Na realidade, as condições da sede social refletem as disposições financeira do Paraná Clube, que já cogitou vender o imóvel. O assunto foi intensamente discutido em 2015, quando a possibilidade de negociação do terreno chegou a ser levantada como a única solução para manter o time de futebol. Mas, três anos depois, nenhuma solução saiu do papel.
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