Sem 'bom velhinho'

Pinhais cancela contratação de Papai Noel que custaria R$ 21 mil aos cofres públicos

Foto: Divulgação/ Prefeitura de Pinhais

Após polêmica, a prefeitura de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (RMC), decidiu abrir mão de contratar um Papai Noel para o Natal. No edital de contratação, cláusulas curiosas: o bom velhinho não poderia “fazer promessas falsas” às crianças. O valor do contrato também chamou a atenção, R$ 21,7 mil por 22 dias – cerca de R$ 1 mil por dia para uma jornada de quatro horas, em média.

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“O funcionário, determinado pela [empresa] contratada, deverá possuir as características típicas da personagem Papai Noel: carisma, simpatia, bom humor, empataia com as crianças, paciência para ouvir e não fazer promessas falsas”, diz parte do edital.

Duas empresas participaram do processo, mas uma foi desclassificada por problemas com a documentação. A que venceu conseguiu oferecer o serviço por R$ 21, 7 mil — R$ 900 a menos do que valor máximo estabelecido pelo município.

Revoltados, moradores começaram a usar as redes sociais para contestar a contratação do Papai Noel. Eles pediam uma resposta imediata da prefeitura em relação ao processo. Alguns pediram interferência dos vereadores, enquanto outros sugeriram outro destino para o dinheiro, como a aquisição de presentes para crianças carentes.

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Diante do impasse, a prefeitura cancelou a licitação, que ainda não havia sido homologada. Em nota nesta quarta-feira (24), a administração municipal informa que decidiu anular o processo por reconhecer os questionamentos sobre os valores e também porque há “necessidade de priorizar outras demandas”.

Contudo, a prefeitura nega que tenha havido irregularidades no edital e afirmou que todo o processo correu dentro da legalidade. “Vale lembrar que os recursos investidos no natal seguem as dotações orçamentárias específicas. Esse é um investimento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico com intuito de fomentar o turismo, incentivar a cultura e movimentar a economia do município”, diz a nota.

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O município disse também que, como a comemoração já é tradicional na cidade, será estudada uma nova forma de não deixar o Natal de Pinhais no prejuízo, sem informar, no entanto, se haverá uma nova contratação de Papai Noel.

Muito bem humorado

O edital que gerou polêmica trazia regras claras. Pelo documento, o Papai Noel, que iria trabalhar no Bosque Municipal, teria que atender os visitantes com “urbanidade, simpatia, bom humor e paciência durante um tempo razoável para ouvir seus pedidos e realizar aconselhamentos”. Além disso, o personagem não poderia fazer “promessas falsas” para as crianças e tinha que dar para cada uma delas ao menos três balas mastigáveis.

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O figurino também entrava numa lista de exigências. A empresa vencedora teria que disponibilizar roupas características e botinas pretas, engraxadas e sem chulé. O funcionário precisava ter barba natural maior que 0,3 centímetro e cabelos e barbas em cores próximas ao branco. Ele também deveria usar óculos em estilo clássico e cinto preto largo em perfeitas condições.

A Casa do Papai Noel é uma atração em Pinhais desde 2013 e, conforme a prefeitura, de lá para cá vem atraindo um número expressivo de visitantes. No primeiro ano de visita, cerca de 1,8 mil pessoas visitaram o bosque, já no ano de 2017, mais de 13 mil pessoas passaram pelo local.

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