Pichação altera rotina de frequentadores no Parque

Pichação alerta pra roubos no maior parque de São José dos Pinhais

Avisos pichados nas calçadas chamam a atenção para roubos na área do parque São José. Foto: Rodrigo Cunha/Tribuna do Paraná

O Parque São José, maior área de lazer de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, tem alertas ‘diferentes’ espalhados pelas calçadas. Desde a semana passada, quatro pichações chamam a atenção para o risco de assalto no local.

Com uma área total de 649.039,43 metros quadrados, a recomendação feita por algum desconhecido começou a mudar a rotina dos frequentadores.

O aposentado Marco Antônio Barbosa Mendes, de 60 anos, caminha diariamente com a esposa no parque. Quando ele visualizou a frase, deu meia volta e mudou o planejamento. “Alguém deve ter passado por um assalto e quer alertar a população. Eu não passei, mas deve ter acontecido algo”, concluiu.

Segundo ele, algumas atitudes da administração do local poderiam melhorar a segurança. “O acesso pelo Boqueirão deveria ter um posto policial, que poderia inibir aquele que está mal intencionado. Outra opção seria a ronda por bicicleta por agentes da Guarda”, comentou.    

O Parque tem dois acessos principais. Por São José dos Pinhais, pela Avenida Comendador Franco, ou pela Marechal Floriano Peixoto, no bairro Boqueirão, em Curitiba.

Com 4 quilômetros de extensão somente da pista de caminhada, o perigo aumenta nos horários noturnos para quem deseja se exercitar ou até mesmo encurtar o caminho, atravessando o parque. “Faz três meses que passo por aqui todos os dias com minha bicicleta e vejo pessoas suspeitas. Acredito que um maior policiamento seria o ideal”, comentou o autônomo Antônio Marcos Carvalho Nunes.

Forças de segurança

Dentro do Parque São José existe um posto da Polícia Ambiental. Porém, não compete à Força Verde a segurança do local. O policiamento é feito em cooperação pela Guarda Municipal (GM) e pelo 17º Batalhão da Polícia Militar (PM).

Apesar disso, a Força Verde atua para tentar garantir que o local permaneça sem problemas, conforme garante o Tenente-Coronel Adilson Correia dos Santos, da Policia Ambiental. “Nós colocamos quase que diariamente policiais para fazerem a ronda a pé pelo trajeto. O Parque é muito extenso e pedimos para que os usuários tenham cuidado especialmente em horários noturnos. Na Marechal Floriano Peixoto é escuro e pedimos que as pessoas evitem este deslocamento”, relatou.

O alerta feito por alguém com a pichação não altera o rumo do trabalho da Polícia Militar. Segundo dados oficiais, nos últimos 90 dias, apenas três casos foram registrados via boletins de ocorrência. “Foram dois furtos, atendidos pela GM, e um roubo, pela PM. O numero de crimes é pequeno, mas estamos sempre dando atenção ao Parque. Pode ter casos de pessoas que sofreram algum tipo de problema, mas não registraram. É importante fazer o boletim de ocorrência, até pra monitorar a situação e, caso seja necessário, colocarmos mais gente”, ressaltou o Tenente-Coronel Renato de Oliveira Ribas Filho, da PM.

Já a Guarda Municipal, responsável pelo policiamento dos parques, orienta os frequentadores a tomarem alguns tipos de cuidado para evitar prejuízos futuramente. “Com o verão, o movimento deve aumentar e é importante procurar os horários de maior fluxo de pessoas, andar em grupo, evitar o uso de celulares e, se possível, procurar andar mais pela frente do parque”, afirmou Aderson Caetano Bissoli, Chefe de Operações da GM.

Pichação é crime

Apesar de a pichação servir de alerta para outras pessoas, o ato é passível de multa e até prisão, de 3 meses a 1 ano, por Crime Ambiental, nos termos da Lei 9.605/98.

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