A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira (4) a segunda fase da operação Moto-Perpétuo, que investiga desvio de recursos milionários do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de uma empresa familiar sediada em Curitiba (PR) e que se mantém na atividade ilegal, segundo a PF, por anos.

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Nesta etapa, o foco foi a identificação de novos envolvidos no esquema de desvio de recursos do SUS e bloqueio de bens ocultos no valor de R$ 15 milhões em nome de “laranjas”, pessoas que ocultam o patrimônio de sonegadores ou servem para lavagem de dinheiro proveniente do crime organizado. Ao menos 15 policiais federais, seis auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal cumpriram três mandados de busca e apreensão nos municípios de Curitiba (PR) e de Bombinhas (SC).

“O objetivo foi identificar o patrimônio oculto e rendimentos oriundos de atividade criminosa realizada por organização liderada por um casal de empresários que atua no setor da saúde na região de Curitiba”, descreveu a PF.

O casal investigado havia sido alvo da PF em outra operação, a Fidúcia, há quase uma década, quando se desarticulou um grupo que utilizava de organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) para fechar convênios com a administração pública, causando prejuízos milionários. Segundo as investigações, o grupo utilizava de expedientes fraudulentos das mais diversas ordens para desviar, se apropriar e lavar recursos que deveriam ser destinados ao SUS.

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A fase desta quinta-feira é um desdobramento da operação Moto-Perpétuo, deflagrada no dia 23 de abril, quando foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão. “As ordens judiciais foram expedidas pela 9ª Vara Federal de Curitiba e preveem o bloqueio de imóveis, a indisponibilidade de quotas sociais de empresas, a apreensão de valores e de veículos de alto valor”, informou a Polícia Federal.

A investigação revelou que os indiciados na operação Fidúcia, deflagrada em 2015, passaram a usar “laranjas” para ocultar patrimônio ilícito, evitando bloqueios judiciais. “Novos bens ocultados e novos participantes foram identificados, levando a medidas cautelares adicionais. Os crimes investigados incluem lavagem de capitais, associação criminosa e organização criminosa, com penas de até 18 anos de prisão”, informou.

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