A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (09), uma grande operação em Curitiba e no Rio de Janeiro, com o objetivo de apurar a prática de crimes de lavagem transnacional de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e de associação criminosa.
A denominada Operação Serendipitia contou com a participação de 30 policiais federais em cumprir 10 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de sequestro de bens, expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
A investigação contou com o depoimento de um empresário de Curitiba, atuante em negócios portuários no Paraná. Ao ser interrogado, o homem forneceu informações que indicavam a existência de esquema voltado à prática de lavagem transnacional de ativos e evasão de divisas que tinham como beneficiário uma pessoa que havia ocupado, no período de 2003 a 2008, a função de superintendente de empresa estatal responsável pela administração dos Portos do Paraná.
“A investigação descobriu que os recursos estavam na Áustria e foram internacionalizados no Brasil por uma série de operações financeiras fraudulentas que foram praticadas entre 2017 a 2021. Com uma medida de cooperação jurídica entre os Estados Unidos e Áustria, pode-se descobrir que a motivação era de corrupção em contrato público no Porto de Paranaguá, relativo ao serviço de dragagem no Canal da Galheta. O contrato feito em 2008 alcançava R$ 30 milhões”, disse o Delegado Federal Filipe Hille Pace
A investigaçãodemonstrou que o suspeito teria recebido e mantido oculto, de 2009 a 2017, junto à instituição financeira da Áustria, valores que ultrapassavam R$ 5 milhões e que pertenciam, de fato, ao ex-agente público. Posteriormente, os valores foram disponibilizados, com conhecimento do seu real proprietário, ao estelionatário condenado na Operação Daemon, realizada em 2021.
A Justiça Federal ainda determinou constrições de bens dos investigados para viabilizar reparação pelos danos causados com a prática dos delitos contra a administração pública e sistema financeiro nacional.
A PF não informou os nomes do empresário curitibano e do ex-agente público.