Uma pesquisa de mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) aponta que a carne celular, que é produzida em laboratório, pode trazer vários benefícios para a sociedade e para o meio ambiente.
O trabalho de Helna Almeida de Araújo Góes, do Programação de Pós-Graduação em Administração, analisou as diferentes visões entre empresas e instituições envolvidas na indústria global emergente dessa tecnologia.
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A carne celular é produzida em biorreatores de laboratório com células de animais extraídas por meio de biópsia, sem abater e sem causar dor ao animal. O fim do sofrimento do animal, aliás, é um dos principais argumentos favoráveis à produção em laboratório.
“Ela poderá reduzir emissões de gases de efeito estufa, o uso da terra e da água, o sofrimento animal, o desmatamento, entre outros. Além disso, a sua produção está menos exposta à contaminação patogênica, relacionada, por exemplo, à Salmonella e à gripe suína”, explica a autora do estudo.
Tecnologia inovadora
Esse tipo de tecnologia ainda é nova, tanto que ainda não há comercialização de carne de laboratório no mundo. Somente no fim de 2020 que Cingapura autorizou a tecnologia. Mesmo assim, a empresa de consultoria americana ATKearney aponta que até 2030 a carne celular represente 10% do mercado do mundo e que atinja 60% em 2040.
O Brasil é um dos maiores produtores de proteína animal do mundo e, segundo Helna, vai precisar investir em carne celular. “É relevante que o Brasil, como um gigante da indústria da carne global, para manter-se competitivo, não fique atrás no desenvolvimento da emergente cadeia da carne celular”, diz.