Funcionários da prefeitura de Curitiba praticamente concluíram, nesta sexta-feira (20), as obras para reparar um buraco que chegou a devorar uma faixa da Rua Carlos Cavalcanti, próximo ao Passeio Público. Não se trata de um caso isolado. Nem bem o ano começou e vias de bairros centrais de Curitiba já viram eclodir pelo menos outras três crateras. O fenômeno está diretamente relacionado ao volume de chuvas que se precipita no verão. Em alguns pontos, a tubulação de águas pluviais não tem sido capaz de dar vazão ao fluxo.
“É uma época de chuvas torrenciais, em que se cai um volume grande de água em pouco espaço de tempo. As galerias, construídas décadas atrás, não estão dimensionadas para isso. Quando o volume é muito grande, pode acontecer de as galerias se romperem. Aí, cede o asfalto e se abre o buraco”, explica o superintendente de manutenção urbana da Secretaria de Governo da prefeitura, engenheiro Luciano Canto.
- Buraco se abre e interdita parcialmente rua no Centro de Curitiba
- Em dois dias, segunda cratera se abre em Curitiba e casal é engolido
- Local de cratera na Carlos Gomes recebe calçamento novo
Foi dessa forma, por exemplo, que se abriu uma cratera na Rua Martim Afonso, perto da Praça 29 de Março. No local, tubos de 1,5 metro de diâmetro não deram conta de escoar a água, após uma tempestade. Na esquina da Rua Visconde de Guarapuava com a Desembargador Westphalen e no cruzamento da Rua Munhoz da Rocha com a Rua dos Funcionários o asfalto também cedeu, após a tubulação não dar conta do volume de água.
Com essa dinâmica, Luciano Canto aponta que é praticamente impossível prever os pontos que estão suscetíveis a ceder, ocasionando a abertura das crateras. “É assim em qualquer cidade do país”, afirma. Além do dimensionamento das galerias pluviais, o problema está indiretamente associado à hipermeabilização das cidades, que faz com que um volume maior de água acabe escoando para as tubulações.
“Por isso, as cidades vem tentando, por meio de seus planos diretores, priorizar calçadas em paver [blocos com intervalos] ou com canteiros, que permitem que o solo absorva a água”, desta Canto.
Outras crateras
Na quinta-feira (19), um buraco se abriu em uma calçada da Rua Padre Anchieta, no Bigorilho, e duas pessoas chegaram a cair no local, antes que a fenda aumentasse, formando uma cratera de cerca de 1,5 metro de profundidade. Esta erosão, no entanto, se formou por outro motivo. Ao que tudo indica, houve um afundamento do aterro de um prédio localizado no ponto, que pode ter rompido a tubulação de água, fazendo com que o calçamento cedesse. Um perito contratado pelo condomínio deve elaborar um laudo, apontando o que provocou o buraco.
A prefeitura informou que está acompanhando o processo. Se for constatado que a cratera se abriu por uma falha na execução da construção do prédio, a construtora deve ser acionada para reparar o calçamento.
Há dez meses, um buraco profundo se abriu no final da Rua Elvira Harkot Ramina – uma via sem saída – no bairro Mossunguê. O local está isolado e, neste caso, a solução é mais complicada. Segundo a prefeitura, é necessário uma obra de macrodrenagem no local, para que a galeria seja reconstituída. Para isso, a prefeitura precisa elaborar um projeto e levantar recursos ou financiamento para que viabilizar a execução do serviço.
No Centro, bem em frente à Rua 24 Horas, uma fenda de meio metro de diâmetro avança sobre a Rua Visconde Nácar. O buraco está localizado sobre um ponto de táxi e foi sinalizado com um cavalete. “Já faz mais de um mês e meio que ele está aí. Começou pequeno, mas foi aumentando. Ninguém deu satisfação à gente”, disse o taxista Aparecido Ferreira.
A cratera da Carlos Gomes
Em junho do ano passado, um buraco de cinco metros de diâmetro por dois metros de profundidade se abriu na Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba. A cratera chegou a engolir dois bancos e demorou mais de 15 dias para ser fechada. A erosão se formou após um período de chuvas contínuas, que fizeram com que o Rio Ivo – que é canalizado sob a praça – não suportasse a volume de água.
Perigo
Na quinta-feira (19), um buraco se abriu em uma calçada da Rua Padre Anchieta, no Bigorilho, e duas pessoas chegaram a cair no local, antes que a fenda aumentasse, formando uma cratera de cerca de 1,5 metro de profundidade. Esta erosão, no entanto, se formou por outro motivo. Ao que tudo indica, houve um afundamento do aterro de um prédio localizado no ponto, que pode ter rompido a tubulação de água, fazendo com que o calçamento cedesse.
Há dez meses, um buraco profundo se abriu no final da Rua Elvira Harkot Ramina – uma via sem saída – no bairro Mossunguê. Segundo a prefeitura, é necessário uma obra de macrodrenagem no local, para que a galeria seja reconstituída.
No Centro, bem em frente à Rua 24 Horas, uma fenda de meio metro de diâmetro avança sobre a Rua Visconde Nácar. O buraco está localizado sobre um ponto de táxi e foi sinalizado com um cavalete.
Em junho do ano passado, um buraco de cinco metros de diâmetro por dois metros de profundidade se abriu na Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba. A cratera chegou a engolir dois bancos e demorou mais de 15 dias para ser fechada.