Pesquisadores do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná investigaram praias localizadas às margens das Baias de Antonina, Paranaguá e Laranjeiras para identificar a presença de microplásticos – partículas de plástico com tamanho entre 0,001 e 5mm. Estas microesferas estão presentes em fios de roupas sintéticas, cosméticos e até em pastas de dente.

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As coletas foram realizadas ao longo de duas semanas de dezembro de 2020 e todas as análises laboratoriais aconteceram no primeiro semestre de 2021. Do total de 19 praias investigadas no Litoral Paranaense, apenas três não apresentaram registros de microplásticos.

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As partículas foram observadas em todas as praias da área de proteção de Guaraqueçaba. Mateus Farias Mengatto, mestre em Sistemas Costeiros e Oceânicos pela UFPR e primeiro autor do trabalho, destaca que o grupo ainda encontrou pellets – plásticos primários utilizados como matéria prima por indústrias que fabricam produtos de plástico.

Por que isso importa?

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Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente apontam que pelo menos 51 trilhões de partículas de microplásticos estão espalhadas pelos oceanos.

O plástico tornou-se popular no Brasil na década de 1950, mas a produção em larga escala trouxe graves impactos ambientais. O Brasil é um dos maiores produtores de lixo plástico do mundo, com aproximadamente 11,3 milhões de toneladas descartadas por ano, de acordo com a World Wildlife Fund (WWF). O destino incorreto gera poluição em oceanos, rios e solos, com impacto direto para a fauna e a flora.

Os grandes vilões são os produtos plásticos de uso único, como embalagens descartáveis e sacolinhas plásticas, que podem permanecer no ambiente por séculos. “Uma vez no oceano esses plásticos podem ser ingeridos por organismos marinhos maiores, como peixes, tartarugas, aves e mamíferos marinhos, e podem sofrer degradação, fragmentando-se em pedaços menores, gerando o que chamamos de microplásticos”, explica a docente Renata.

O pequeno tamanho dos microplásticos – varia entre 0,001 e 5 mm – traz preocupações para a comunidade científica.

“Isso dificulta a retirada do meio ambiente e também favorece sua interação com uma gama muito maior de organismos marinhos, o que tem um efeito cascata na fauna marinha, via processos de bioacumulação e biomagnificação. Por isso, a investigação de microplásticos cresceu exponencialmente na última década”, aponta Mateus.

“Hoje, a poluição por microplásticos é tema de diferentes pesquisas conduzidas por nossos discentes de pós-graduação do Centro de Estudos do Mar. A expectativa é que em um futuro próximo nosso entendimento do status da poluição por microplásticos no litoral do Paraná seja ampliado. Assim, será possível vislumbramos caminhos e soluções para os riscos e problemas gerados por este poluente emergente”, complementa Nagai.

As praias estudadas

COM REGISTROS DE MICROPLÁSTICOS

Encantadas
Eufrasina
Europinha
Guaraqueçaba
Ilha das Cobras
Ilha das Gamelas
Ilha do Teixeira
Mariana
Piaçaguera
Ponta do Poço
Ponta do Uba
Ponta Oeste
Praia do Limoeiro
Rio Emboguaçu
Rocio
Vila das Peças

SEM REGISTROS DE MICROPLÁSTICOS

Ilha Rasa da Cotinga
Ponta da Pita
Rio Itiberê

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