Trabalho do Conseg

Pequeno e pacato, Bom Retiro “não dá lucro pra bandido” e pensa no futuro

Praça Gerneral Werner H. Gross, no bairro Bom Retiro, em Curitiba. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo.

Foi em 1940 que uma antiga região do Pilarzinho virou localização do Hospital psiquiátrico Bom Retiro, atualmente já desativado. A região era formada por várias chácaras e sítios e, aos poucos, foram dando espaço para residências e edifícios com infraestrutura para comércio e serviços.

O Bom Retiro então foi oficialmente criado em 1975, batizado com o mesmo nome do hospital fazia referência da região. Sua área é pequena, pouco menos de 2 km². Residencial e tranquilo, por concentrar mais casas que edifícios, o Bom Retiro também não é muito populoso: o último Censo de 2020 revela uma população de 5.633 habitantes.

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E talvez por ser um bairro não muito populoso e bem tranquilo, moradores que vivem na região por décadas, os problemas de segurança do Bom Retiro são bem diferentes de outros bairros, como o Portão, o Batel e o Água Verde, por exemplo. Quem reitera isso é o atual presidente do Conseg do bairro, o administrador Sérgio Rosa, de 72 anos. “Aqui, por ser um bairro menor, não é tão visado. É afastado da bandidagem, nosso bairro não dá lucro pra bandido”, explica.

Em seu segundo mandato, Sérgio Rosa foi conhecendo o trabalho do Conseg aos poucos, porque conhecia quem participava, colegas e vizinhos de bairro. “Eu realmente não me lembro nem como eu comecei a me envolver. A gente vai no dia a dia, tem pessoas que se comunicam mais, outras menos. A gente acaba se envolvendo e querendo participar. É por isso”, revela.

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Na visão de Sérgio, o Conseg funciona como uma segurança passiva, não tem uma ação efetiva contra os atos de violência da sociedade. “Nós [Conseg] somos esse elo que mantém esse relacionamento, essa ligação entre as forças de segurança e a população geral. Tem gente que quer agir mais, tem muita coisa que pode ser feita, mas ativamente não é o nosso papel. Não podemos nos envolver, correr risco de vida”, sustenta.

Roubos e furtos na Praça da Bandeira

Reuniões atrás, Sérgio soube por moradores de um problema muito pontual de segurança no bairro. Próximo ao Hospital Pilar, na Praça da Bandeira, os usuários da estação-tubo viraram alvo de marginais, que rondavam por ali praticando furtos e roubos de celulares e outros pertences.

Os crimes aconteciam em horários específicos, mas de maior movimento na estação-tubo: no começo da manhã, início do expediente da maioria dos trabalhadores da região, e no fim da tarde, quando as pessoas retornavam para casa. Para resolver a falta de segurança na região, o Conseg entrou em contato com a Polícia Militar, que colocou viaturas em locais estratégicos – coibindo a ação dos bandidos.

A solução do problema foi simples, mas só teve eficácia porque a população pediu socorro. “O mais importante é, seja no nosso, seja em qual for o bairro, a cada ação marginal que acontece, deveria ser feito o boletim de ocorrência pela pessoa que foi abordada. É o B.O. que permite levantar dados estatísticos. Tem gente que não faz. É importante para o policiamento preventivo”, reforçou o presidente do Conseg.

Palestras da polícia nas escolas

De olho no futuro do bairro, o presidente do Conseg do Bom Retiro quer que os pequenos moradores do bairro conheçam e conheçam o papel das forças de segurança da cidade. Para isso, Sérgio propôs um trabalho com as crianças de dois colégios da região. “A questão de segurança é educação. Se a família não sabe quais medidas tomar, a gente tem a ideia de levar aos colégios palestras da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, para que os pequenos saibam a função do policiamento. Polícia não é chamada para criança que faz coisa errada, polícia é chamada para prender marginal”, defende.

Por enquanto, Sérgio aguarda o retorno das aulas para organizar os encontros. “Com as palestras mostrando o que faz cada policial, qual a função social do policiamento, as crianças vão acabar cobrando isso dos pais. Elas têm que ver que o relacionamento deles com o policial deve ser o melhor possível. Vai ser um trabalho de longo prazo, de efeito multiplicador”, explica.

Onde achar o Conseg?

Caso queira ir em um Conseg próximo de casa para ser voluntário ou mesmo para fazer uma reclamação ou pedido, procure no site da Ceconseg o conselho mais perto da sua região, ou entre em contato via e-mail ( -conseg@sesp.pr.gov.br) e telefone  (41) 3299-7928.

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