Grande esponja

Parque Barigui não é só um parque: entenda sua real função

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

As fortes chuvas que atingiram Curitiba nos últimos três dias comprovaram mais uma vez a eficácia do Parque Barigui como área alagável, seguindo o conceito de “cidade esponja”. De sexta-feira (06) até a manhã desta segunda-feira (09), o parque recebeu 160 milímetros de precipitação, desempenhando seu papel fundamental na prevenção de enchentes em áreas residenciais.

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Curitiba prevê a continuidade do tempo chuvoso na capital paranaense, com um acumulado esperado de 50,5 milímetros nesta segunda-feira.

Planejamento urbano inteligente

Desde sua inauguração em 1972, o Parque Barigui tem cumprido a função de retenção de águas, idealizada na década de 1970. No entanto, ele não está sozinho nessa missão. Os lagos dos parques São Lourenço, Bacacheri, Tingui e Atuba também atuam na contenção das águas pluviais.

Os dois principais rios da cidade, Barigui e Belém, atravessam os parques Tingui, Barigui e São Lourenço, respectivamente. Todos os parques municipais foram estrategicamente implantados para mitigar o risco de inundações em áreas residenciais.

Durante períodos de chuvas intensas, como o ocorrido neste fim de semana, os rios transbordam dentro das áreas dos parques. Essas áreas verdes têm maior capacidade de absorção, evitando assim enchentes em outras regiões da cidade.

Parques lineares: proteção adicional

A partir de 2003, a Prefeitura de Curitiba implementou parques lineares às margens de rios urbanos. Entre eles estão o Cajuru, Mairi, Mané Garrincha e Yberê. Essas áreas verdes auxiliam na preservação das faixas de drenagem dos rios, prevenindo enchentes e ocupações irregulares, além de oferecerem opções de lazer integradas à natureza para as comunidades locais.

Reserva Hídrica do Futuro: inovação em gestão de águas

Curitiba está prestes a inaugurar a primeira etapa da Reserva Hídrica do Futuro, no bairro Umbará. Este novo espaço, que incluirá um parque ainda sem nome definido, terá como função principal a retenção das águas pluviais.

O projeto da Reserva Hídrica do Futuro visa não apenas o controle de enchentes, mas também a formação de lagos que poderão suprir o abastecimento de água durante períodos de estiagem. A área total do projeto em Curitiba é estimada em 26 km de extensão, com 70% dedicados a água e lagos.

Programa Amigo dos Rios

Implantado em 2019, o programa Amigo dos Rios da Secretaria Municipal do Meio Ambiente realiza monitoramento constante dos rios e córregos da cidade. Além da remoção de materiais vegetais, a iniciativa também lida com o descarte inadequado de itens como sofás, fogões e colchões.

O programa visa à melhoria e recuperação dos rios urbanos através de ações que incluem regularização de ligações de esgoto, fiscalização, limpeza, obras e educação ambiental. O trabalho envolve a comunidade na formação de grupos de apoio local, com foco prioritário no Rio Belém e suas microbacias.

Com estas iniciativas, Curitiba reafirma seu compromisso com a gestão sustentável das águas urbanas, demonstrando como o planejamento inteligente pode transformar desafios ambientais em soluções inovadoras para o bem-estar da população.

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