“Vereador Gen Johnsson, quem estava dirigindo sua caminhonete?”. Essa é a frase pintada em uma das faixas levantadas por dezenas de manifestantes no município de Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (24). Por volta das 15h, eles iniciaram a passeata pela cidade pedindo justiça pela morte do jovem Everton Luiz Vaz, de 27 anos, vítima de um acidente de trânsito envolvendo a caminhonete do vereador.
O protesto começou no Ginásio Municipal Vila Velha, localizado no Centro da cidade, e seguiu em direção à Delegacia de Polícia Civil. No trajeto, os manifestantes realizaram uma rápida concentração em frente à Prefeitura e também no fórum, aguardando resposta das autoridades.
“Hoje é o dia de nos unirmos por justiça. Não era isso que nós esperávamos fazer. Eu queria muito estar organizando uma festa pela volta do Everton para casa, mas, infelizmente, não posso. Então, estou usando a dor e a falta que sinto dele para pedir a justiça que ele merece”, afirmou o cunhado da vítima, Paulo Roberto Filho.
A manifestação também contou com a participação da deputada federal Christiane Yared, que perdeu um de seus filhos devido a um acidente de trânsito envolvendo o então deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho. O fato ocorreu em maio de 2009 e, desde essa data, ela tomou a decisão de lutar contra a impunidade dos poderosos.
O acidente
Everton sofreu o acidente de trânsito em Rio Branco do Sul no dia 15 de janeiro, quando o Celta que dirigia colidiu com a caminhonete F-250 que pertence ao vereador Cezar Gengis Khan Johnsson. A colisão aconteceu na Avenida Prefeito Octávio Furquim, onde Everton não foi socorrido pelo condutor do outro veículo já que, segundo os parentes da vítima, ele seria filho do vereador e teria fugido do local por apresentar sinais visíveis de embriaguez.
Com a falta de socorro, Everton permaneceu 62 dias internado no Hospital Cajuru e faleceu no último sábado, 18 de março. Enquanto isso, seus parentes tiveram dificuldade para solicitar a abertura de um inquérito policial, que só foi instaurado no dia 31 de janeiro, após uma reportagem a respeito do acidente ser publicada pela Tribuna.
No entanto, quase dois meses após a abertura do inquérito, o caso continua sem solução. “Estivemos na delegacia, e nada aconteceu. Só queremos justiça!”, afirmou Paulo.