Além de definir os novos prefeitos, o resultado das urnas nas eleições municipais do Paraná aponta para os atores políticos que saem fortalecidos do processo eleitoral, seja pelo voto do eleitor ao candidato ou pela participação partidária nas articulações de alianças vencedoras. Com novas cartas na mesa, o cenário eleitoral para a disputa por duas vagas ao Senado no Paraná ficou ainda mais incerto depois da apuração do último domingo (27).

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Com aprovação em alta e considerado favorito na corrida por uma cadeira de senador, o governador Ratinho Junior (PSD) é cotado como pré-candidato a presidente da República e pode apostar em concorrer ao Palácio do Planalto. Em contraponto, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em agosto deste ano, Ratinho tem 66% da preferência do eleitorado para uma das vagas ao Senado.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos) revelou que não irá lançar candidatura em 2026, pois é contra a reeleição ao segundo mandato em cargos públicos no país. O período de oito anos também chegará ao fim para Flávio Arns (PSB), que não respondeu à reportagem se disputará o terceiro mandato como senador paranaense.

Segundo a assessoria do parlamentar, ele tem evitado antecipar a discussão. “Está trabalhando intensamente na Comissão de Educação e focado na aprovação dos projetos que tem apresentado ao longo do mandato. As decisões e conversas sobre questões eleitorais ele deixará para o momento oportuno”, disse em nota. 

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Dono da terceira cadeira de senador até o final de 2030, Sergio Moro (União Brasil) já declarou a intenção de disputar o governo do estado em 2026. Em caso de sucesso nas urnas, a cadeira de senador ficaria com o suplente Luis Felipe Cunha. De acordo com o Paraná Pesquisas, o senador tem mais de 40% de intenções de votos em três cenários estimulados no levantamento publicado em agosto.

Quem pode disputar as duas vagas ao Senado pelo Paraná em 2026?   

A chapa PSD-PL venceu o segundo turno das eleições municipais em Londrina e em Curitiba, na aliança costurada entre Ratinho Junior e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a interlocução no estado do líder da oposição, o deputado federal Filipe Barros (PL). O resultado credencia o parlamentar como principal nome do partido do ex-presidente para a corrida ao Senado.

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“Ser lembrado pelo eleitor quando ainda faltam mais de dois anos para a corrida ao Senado é sinal de reconhecimento do meu trabalho na Câmara dos Deputados e como líder da oposição. Os números ainda evidenciam o sentimento do paranaense de renovação no Senado, me colocando ao lado do nosso governador Ratinho Junior”, declarou Barros em nota enviada à Gazeta do Povo. Ele ficou na segunda colocação no cenário consolidado do Paraná Pesquisas, que leva em consideração as respostas dos entrevistados como primeira e segunda opção ao Senado.

Em 2022, o ex-deputado federal Paulo Martins foi o candidato pelo PL e teve 29,12% dos votos, perdendo a cadeira para Moro. Durante o processo contra o ex-juiz por suposto abuso de poder econômico nas eleições, arquivado após absolvição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Martins era cotado como candidato do PL em uma eventual eleição suplementar. No entanto, ele foi eleito vice-prefeito de Curitiba no último domingo na chapa de Eduardo Pimentel (PSD), o que pode afastar o Senado dos planos do ex-deputado federal.

Com quatro vagas para formação das coligações chamadas majoritárias, duas cadeiras de senadores e a chapa de candidato ao governo e vice, os partidos da base governista podem articular uma nova frente partidária, assim como ocorreu na vitória de Eduardo Pimentel (PSD) à prefeitura de Curitiba.

Mais à direita, a jornalista conservadora Cristina Graeml (PMB) pode voltar a enfrentar o grupo político após perder o segundo turno em Curitiba. Ela teve pouco mais de 390 mil votos e levará o capital político das urnas para as próximas eleições. Graeml declarou que deve se reunir com partidos para discutir a migração para uma nova sigla e definir o projeto político até 2026 após um período de férias.

Segundo partido com mais prefeitos eleitos no Paraná, atrás do PSD de Ratinho, o PP vai administrar 61 municípios no estado, o que também coloca o deputado federal Pedro Lupion (PP) na disputa por uma cadeira ao Senado. Conforme apuração da Gazeta do Povo, Lupion, que é o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), pretende concorrer como candidato a senador em 2026 e teria o aval da liderança dos Progressistas, que ainda deve discutir o assunto internamente. Procurado, Lupion não respondeu ao pedido de entrevista até a publicação desta reportagem.

Zeca Dirceu afirma que é pré-candidato a senador pelo PT

Em entrevista à Gazeta do Povo, o deputado federal Zeca Dirceu (PT) afirmou que é pré-candidato ao Senado nas eleições de 2026. “Espero fazer o que não me deixaram em Curitiba e ninguém fez: ser o candidato do Lula no Paraná para defender nosso projeto”, respondeu.

O petista queria uma candidatura própria do partido nas eleições municipais deste ano na capital paranaense, mas a decisão da executiva nacional foi pela coligação em apoio à chapa formada por Luciano Ducci (PSB) e Goura (PDT).

Zeca Dirceu comentou que esteve em todas as regiões do estado durante a campanha eleitoral e gravou vídeos para 800 candidatos, de acordo com ele, sendo que 155 foram eleitos com apoio do parlamentar. “Organizei meu mandato pela primeira vez em todo o estado. Eu nunca tinha atuado ou feito campanha, inclusive em Curitiba e região metropolitana. Assim, estou me preparando para outro tipo de disputa, uma eleição estadual para o Senado, governo ou vice”, respondeu.

Presidente nacional do PT, a ex-senadora paranaense Gleisi Hoffmann também é cotada para a disputa ao Senado em 2026. Segundo o levantamento do instituto Paraná Pesquisas, a deputada federal tem 19,4% da preferência do eleitorado no cenário consolidado, empatada tecnicamente com Filipe Barros. Procurada, a petista não se manifestou até a publicação desta reportagem.

* Metodologia da pesquisa: 1.508 entrevistados em 64 municípios do estado do Paraná entre os dias 1º e 4 de agosto de 2024. Os entrevistadores ouviram 509 eleitores na Mesorregião Metropolitana de Curitiba. Os 999 eleitores restantes foram ouvidos nas mesorregiões paranaenses Noroeste, Centro Ocidental, Norte Central, Norte Pioneiro, Centro Oriental, Oeste, Sudoeste, Centro-Sul e Sudeste. O grau de confiança é de 95%. A margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para os resultados gerais, 4,4 pontos percentuais para as entrevistas realizadas na Mesorregião Metropolitana de Curitiba e de 3,2 pontos percentuais para as demais mesorregiões.

Leia o conteúdo original na Gazeta do Povo.