Pesquisa

Para os curitibanos, desemprego e perda de renda são as principais consequências da pandemia

Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sivis, em parceria com o Programa Cidade Modelo, mostra que 70,8% dos curitibanos acreditam que o maior impacto da pandemia do coronavírus é no desemprego ou na falta de renda. Questões relacionadas à saúde pública ou mesmo saúde mental da população ficaram, respectivamente, nas posições seguintes na lista de preocupação dos moradores da capital paranaense. Objetivo do estudo é prever um cenário pós-Covid-19 para que assim autoridades possam traçar estratégia e evitar mais prejuízos à sociedade.

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Para Jamil Assis, Relações Institucionais do Instituto Sivis, o resultado apurado mostrou a insegurança da população com fatores financeiros, mesmo que o momento vivido esteja diretamente ligado a um vírus ainda sem vacina. “É interessante observar que a maior preocupação com danos negativos é voltada à economia, mais do que o sistema de saúde ou à própria saúde”, disse.

Depois da sensação de medo por causa da economia (em primeiro lugar), 10,6% dos participantes disseram ser o colapso do sistema de saúde a maior preocupação decorrente da Covid-19, enquanto 10,2% apontaram a saúde mental como fator de insegurança. Apenas 1,5% mencionou a saúde física como principal problema em consequência da pandemia.

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Em outra questão abordada, 84,4% dos entrevistados acham improvável ou pouco provável que haja aumento das vagas de emprego nos próximos poucos meses e 76,1% acham muito provável ou apenas provável que haja piora da economia. O olhar pessimista também aparece nos questionamentos sobre o futuro da saúde, já que 83,2% dos respondentes acham muito provável ou algo provável que haja um colapso no sistema.

Olhar solidário

Ainda que a perspectiva seja negativa diante da pandemia, um aspecto que tem sido valorizado pela população, conforme os dados apurados, é em relação à solidariedade. Na perspectiva dos curitibanos, a colaboração da população tem se sobressaído frente às políticas públicas: 51,6% dos participantes notaram iniciativas dos próprios moradores para amenizar os efeitos da pandemia; enquanto isso, somente 9,3% relatam terem presenciado alguma assistência do governo estadual, 15,1% da prefeitura e 18,2% do governo federal.

Cenário ideal

Outro questionamento da pesquisa foi em relação ao cenário mais desejável para este momento. Entre os respondentes, 34,9% assinalaram que a melhor notícia que poderiam receber é a da cura para a Covid-19, enquanto 29,51% consideram que o mais desejável neste momento é a diminuição no número de casos e, consequentemente, fim do isolamento social. Já para 22,3% o ideal seria que as vagas de emprego aumentassem neste período.

Soluções de enfrentamento

Nesta etapa do levantamento – a segunda -, foram ouvidas um total de 520 pessoas de todas as regiões de Curitiba para entender os temores da população em relação ao cenário econômico e social trazido pelo coronavírus. As 15 perguntas foram aplicadas por meio de questionários eletrônicos (enviados via e-mail, redes sociais e aplicativos) e, também, por conversas por telefone.

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Anteriormente, o instituto já tinha ouvido um grupo de líderes comunitários e pessoas que vivem nas áreas periféricas de Curitiba para selecionar quais seriam as principais questões relacionadas ao enfrentamento da realidade imposta pela pandemia. O próximo passo será discutir os resultados com alguns empresários, formadores de opinião e lideranças comunitárias. Então, serão desenhadas iniciativas para a diminuição os impactos negativos na população no pós-pandemia.

“O propósito da pesquisa não e só levantar os dados, mas principalmente chamar a atenção das autoridades. Percebemos que as pessoas estão com dificuldade de olhar para o futuro por causa da incerteza, mas com esses dados será possível tomar decisões para um futuro melhor”, finalizou Assis.


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