A Urbs anunciou que abriu um Plano de Demissão Incentivada com o objetivo de desligar 155 funcionários do quadro da empresa. Caso a adesão ao plano não seja satisfatória, a empresa que gerencia o transporte coletivo em Curitiba vai demitir os funcionários.

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No alvo do corte estão os trabalhadores de várias áreas, desde manutenção de equipamentos a ocupantes de cargos de chefia que, mesmo aposentados, continuam trabalhando na empresa. A medida vai reduzir em 11% o quadro da empresa, que atualmente tem cerca de 1,4 mil funcionários.

A opção por estabelecer como critério a demissão de funcionários que já estão aposentados, segundo a Urbs, foi para garantir o desligamento de um número de trabalhadores que seja significativo do ponto de vista financeiro, isonômico e com menos impacto na vida pessoal dos funcionários – já que têm uma renda mínima garantida pela aposentadoria.

Segundo a diretora de Administração e Finanças da Urbs, Denise Vilela, a demissão faz parte de um plano para equilibrar as finanças da empresa que, segundo ela, tem um déficit mensal de R$ 2 milhões.

Dívidas

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Além das dificuldades para fechar as contas mensais, a Urbs acumula dívidas históricas. Desde 2015 a empresa não paga as contas de luz, por exemplo. Os débitos com a Copel ultrapassam os R$ 10 milhões. Segundo Denise Vilela, a energia não foi cortada porque foi feito um acordo entre as empresas que prevê o parcelamento da dívida com imóveis como garantia.

Outro compromisso milionário da Urbs é com o INSS. Por não pagar as obrigações patronais, a empresa já deve R$ 13,2 milhões ao Instituto Nacional do Seguro Social.

Perda de receitas

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Segundo Denise Vilela, um dos principais motivos que levou a Urbs a essa delicada situação financeira foi a perda de receitas significativas para a empresa sem o devido corte de despesas. Entre as fontes de renda que minguaram nos últimos anos estão às relativas ao pagamento do Estar, que foi para a Setran, e aos estacionamentos da rodoviária e da praça Rui Barbosa, que foram terceirizados e, depois do pagamento da outorga, rendem muito menos para os cofres municipais.

Além das demissões, a Urbs também vai adotar outras medidas com o objetivo de reduzir os gastos com pessoal. Entre elas estão a redução do vale-alimentação, que atualmente é de R$ 1.070; o congelamento do aumento anual de 1%; a redução do pagamento de férias de 50% para um terço do salário e o fim abono natalino.

Outra medida para aliviar o caixa é a venda de terrenos da empresa. Na semana passada, a prefeitura de Curitiba encaminhou dois projetos de lei à Câmara com o objetivo de comprar imóveis da Urbs no valor de R$ 16 milhões.

Dificuldades financeiras não afetam gestão do transporte

A diretora de Administração e Finanças da Urbs, Denise Vilela, garantiu que as dificuldades de caixa da empresa não interferem na gestão do transporte coletivo em Curitiba.

Segundo ela, as contas do Fundo de Urbanização de Curitiba – que é responsável pelos repasses às empresas de ônibus – já foram equacionadas. De acordo com a diretora, como o FUC e a Urbs têm CNPJs diferentes, os repasses estão garantidos.