Paralisia cerebral

Pai espera um milagre de Natal: saiba como ajudar o menino Felipe

Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

Uma época de muita decoração, luz, música temática e até de milagres. A época de Natal é um período especial para muitas pessoas, especialmente para as crianças. Para Felipe, de 12 anos, não é diferente. Sentado ao lado do pai, José Eduardo Fernandes da Silva, o sorriso do menino abriu quando ele escutou a palavra ‘Natal’.

O Natal de Felipe e José Eduardo é tradicionalmente o mesmo: a dupla inseparável e a esposa de José passam o dia reunidos na casa em que moram, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Às vezes, também contam com a presença dos parentes dela.

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Alguns fins de ano são diferentes um dos outros, não porque acontece alguma mudança relacionada com a data, mas porque estamos diferentes a cada ano. Por exemplo, nos cinco primeiros anos de Felipe, ele passava o dia festivo apenas com o pai. Já no Natal deste ano, a família vai estar reunida, mas com o sentimento de esperança por dias melhores.

À espera de um milagre de Natal

Já faz alguns anos que a história da dupla é contada pela Tribuna do Paraná. A mãe da criança morreu no parto e Felipe tem paralisia cerebral por conta de erros médicos na hora do nascimento. Para pagar todos os remédios, tratamentos e cuidados de que o filho necessita, José Eduardo faz rifas de carros e de outros itens.

O pai conta que mensalmente os gastos com a saúde do filho são de cerca de R$ 10 mil. E por muitos anos esses valores foram cobertos com o sucesso das rifas, que começaram quando Felipe tinha três anos. O problema é que elas não estão vendendo tão bem como antes e agora, nessa reta final de 2023, a família realmente espera por um milagre natalino.

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Além de desejar vender toda a rifa de um Volkswagen TL 1973, José Eduardo aguarda ansiosamente uma resposta positiva do tribunal para conseguir o home care para Felipe – serviço de cuidados de saúde e suporte prestado por uma equipe médica na casa onde o paciente mora. Ou seja, Felipe seria acompanhado em casa por médicos, enfermeiros e outros especialistas da área.

Isso possibilitaria mais qualidade de vida para toda a família, pois como a criança precisa de cuidados o dia todo, a esposa de José Eduardo fica com Felipe durante o dia e, quando chega do trabalho, o pai cuida do filho no período da noite. Nos fins de semana, o casal se reveza na tarefa.

Por isso, o desejo de José para 2024 é conseguir o home care. “É tudo o que a gente precisa. É muito cuidado (com Felipe) e isso vai ajudar na minha saúde e da minha esposa também. Porque não é fácil. A gente precisa de ajuda com ele. A forma como aconteceu até hoje não está esclarecida para mim. Pra mim, a paralisia dele foi por uma demora no parto. Inclusive, por 10 anos tinha um processo contra a maternidade e eu perdi o processo. Então acho que é um direito dele, assim como de outras crianças, de ter tudo o que precisa”, diz.

Felipe e José Eduardo. Foto: Átila Alberti / Tribuna do Paraná.

O menino já teve o serviço antes, mas acabou perdendo a assistência quando o pai mudou de emprego e, consequentemente, de plano de saúde. “É uma condição que ele vai ter para o resto da vida. É irreversível. Os médicos sempre falam que pela quantidade de lesão que ele tem, ele faz bastante coisa, poderia ser até mais grave. Quando ele nasceu me falaram que se ele sobrevivesse ia ficar em estado vegetativo, então ele já está bem melhor do que tinham me dito. E ele é muito forte”, afirma José Eduardo.

Como explica o pai, conforme Felipe vai crescendo, alguns outros problemas de saúde vem aparecendo. Em breve a criança fará uma traqueostomia – procedimento no qual é feito uma abertura frontal na traqueia da pessoa, pois ele não consegue engolir a saliva e se afoga muito. Além disso, também passará por uma cirurgia no esôfago porque tem muito refluxo.

“Acho que com essas duas coisas a gente vai ter um pouquinho mais de qualidade de vida, porque olha, tem dias que a gente chega a chorar, todo mundo, porque é o tempo todo se afogando. Aí a gente coloca remédio e não resolve. É uma coisa que eu relutei (traqueostomia), porque gosto de ouvir a voz dele. Mas é uma coisa que vai ser para o bem de todos nós”.

Um pai que transborda amor e não mede esforços para dar tudo o que o filho precisa. José faz rifas, trabalha em uma empresa e, algumas vezes, como motorista de aplicativo. E segurando na mão de Felipe ele comenta: “a gente até recebe elogios dos médicos, porque apesar de tudo a gente consegue manter a qualidade”.

Mesmo com as dificuldades, José Eduardo vê seu esforço valer a pena: “mas ele é feliz, como é feliz” e olhando para o filho acrescenta, “não precisa fazer muito para você sorrir”.

Como ajudar o Felipe

A rifa do final do ano é de um Volkswagen TL 1973, motor 1600, vermelho. Os interessados em ajudar podem comprar os números pelo site. Outras ações também acontecem ao longo do ano e são disponibilizadas no site geral.

Além da rifa, José Eduardo também está vendendo camisetas com estampas de veículos, como Fusca e Kombi. Quem quiser adquirir uma pode entrar em contato com ele por WhatsApp pelo número: (41) 99519-2458.

A história das rifas

As rifas começaram quando Felipe tinha três anos. Na época, José Eduardo trabalhava em uma empresa de cosméticos e conseguia pegar os produtos mais baratos. Já na primeira ação as vendas foram promissoras e ele decidiu continuar investindo nisso.

Rifar carros começou um tempo depois, por acaso. Quando conseguiu vender um imóvel da mãe de Felipe, José resolveu comprar uma kombi, pois achava que seria mais fácil de adaptar o veículo para o filho. No entanto, no primeiro dia em que estava dirigindo a kombi, um carro de uma empresa furou a preferencial e destruiu a frente do veículo.

Depois de receber parte do dinheiro para arrumar o transporte, José decidiu rifar a kombi. Foi nessa ocasião que algumas reportagens, inclusive da Tribuna, contaram a história da família e a rifa passou a ser um sucesso. “Hoje não tem a velocidade igual da primeira. Já leva mais tempo, os carros estão mais caros, então a gente precisa fazer mais números. Mas assim, se não fosse isso, não sei como seria. Eu faço de tudo para ele ter o que precisa”,

Após a rifa dos carros virar quase uma ‘marca registrada’ da dupla, José refletiu que na vida dos dois já havia sinais que apontavam para a venda dos carros. “Eu sempre fui louco por fusca. Quando ele nasceu, a decoração do quarto dele era fusca. Eu jamais imaginei que isso fosse acontecer (rifas), sempre esteve com a gente. Só depois de tudo isso eu fui perceber e são esses carros aí que vem ajudando ele”.

Planos para o futuro

Com expectativa de que o final do ano será de esperança, José Eduardo também deseja poder voltar com a ONG Anjo Felipe para ajudar outras crianças que precisam de assistência.

“Quem sabe a gente tendo homecare, a rifa volte a ser aquela coisa de ajudar quem precisa. De repente no Natal do ano que vem seja uma coisa bem bacana, que a gente possa ajudar um monte de gente, mas para isso precisamos de assistência”, conclui.

Para mais informações sobre as rifas e outras ações, basta entrar em contato com José Eduardo pelo número (41) 99519-2458.

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