O pai do motociclista Leonardo de Magalhães Fonseca, que feriu gravemente três pessoas em um acidente na Avenida do Batel no último dia 7 de julho, vai responder na Justiça por ter empresado a moto para o filho. Em depoimento emprestado à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) na última terça-feira (17), ele confirmou que entregou o veículo para o filho de 22 anos cerca de meia hora antes do acidente para que ele passeasse com a namorada. Como o pai sabia que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do filho estava suspensa, ele vai responder criminalmente por ter cedido o veículo nessa condição.
Segundo o delegado Anderson Franco, da Dedetran, ao entregar a moto a Leonardo, o pai foi implicado na investigação do acidente por crime previsto no artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro. Com isso, ele pode ser multado ou mesmo ser detido entre seis meses e um ano.
Conforme revela Franco, o pai confirmou ser dono da moto em depoimento, embora ela esteja registrada em nome de outra pessoa. “Só está em nome de terceiro por questões de financiamento, mas a moto é dele”, afirmou o delegado. “Por ser um crime leve e por ele não ter envolvimento no acidente, o pai foi liberado logo após prestar depoimento. Uma possível punição agora depende do andamento do processo”, afirmou Anderson Franco.
Procurado, o pai preferiu não comentar sobre o caso.
Sobre o acidente
O acidente aconteceu na Avenida do Batel no sábado (7), próximo ao Shopping Pátio Batel, por volta das 16h, depois que o motociclista Leonardo de Magalhães perdeu o controle do veículo. Além do próprio Leonardo, três pessoas ficaram feridas, entre elas uma menina de 8 anos, a enfermeira Adriane Melnik, de 38 anos, tia da menina, e uma idosa de 88 anos – que teve ferimentos leves.
Depois de seis dias internado, Leonardo se apresentou à polícia no fim da manhã de sexta-feira (13). O jovem não falou com a imprensa. Segundo a advogada de defesa Louise Mattar Assad, ele passou por uma cirurgia no rosto por causa do acidente e ficou impossibilitado de se comunicar.
Na tarde da última quinta-feira (12), a menina de 8 anos saiu do coma induzido ao qual foi submetida e conseguiu se comunicar por pequenos sinais com a família. Ela ainda não recebeu alta do Hospital Pequeno Príncipe, onde está internada. A enfermeira Adriane Melnik também permanece internada no Hospital do Trabalhador. Segundo a família, ela também apresentou melhora significativa.
Após acidente, prefeitura prometeu instalar radar na Avenida do Batel. A gravidade do acidente levantou a questão sobre o abuso de velocidade e desrespeito às leis de trânsito nesta que é a principal avenida do bairro. No último sábado (14), em apenas duas horas, dez veículos foram flagrados com velocidade acima do permitido na Avenida Batel. A fiscalização foi feita pela Guarda Municipal e pela Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) com radares móveis.
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