presente de aniversário

Pacientes esperam atendimento por 10 horas na UPA Afonso Pena, em São José dos Pinhais

Esta segunda-feira (19) marcou o aniversário de 328 anos de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e a população ganhou de presente uma longa espera na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Alguns precisaram esperar por até 10 horas por um atendimento na UPA Afonso Pena, que permaneceu lotada durante todo o dia.

À espera de atendimento, Angelita da Silva Godoi conta que chegou às 17 horas na unidade, e não tinha perspectiva para ser atendida. Ela se mostrou revoltada com a situação. “Hoje é aniversario da cidade e esse é o presente para a população, ficar vegetando no banco de espera, sem ter um porquê”.

Ela conta que todos estavam sendo encaminhados para a triagem, uma espécie de pré-consulta que serve para avaliar os casos que chegam à UPA, mas que os atendimentos de fato seguiam em ritmo lento. Por volta das 22 horas, Angelita relatou que as pessoas que chegaram por volta das 14 horas ao local começaram a ser atendidas. Assim, seu atendimento seria postergado provavelmente para a madrugada de terça-feira (20). “Eu que cheguei às 17 horas não tenho previsão de ser atendida. É muito triste, criança com 40º de febre, adulto chorando de dor e não sendo atendido”, relatou, sobre a espera no local.

Enquanto Angelita estava disposta a esperar pelo atendimento, alguns não puderam ter a mesma paciência. A monitora escolar Camila Rodrigues procurou o posto por volta do meio dia, pois estava com febre e sangramento nasal. Ela também passou pela triagem, mas precisou desistir do atendimento porque tinha compromisso no outro dia pela manhã. “Eu vim embora pois amanhã tenho que trabalhar cedo. A mulher da triagem falou que eu estava bem, aí vim embora, mas não consigo ficar muito tempo acordada por causa da febre”, disse.

Segundo ela, além da espera, o atendimento dos profissionais da UPA também deixa a desejar. “Como meu nariz está sangrando a todo momento, fui pegar papel no banheiro e não tinha. Fui perguntar se tinha papel e me responderam: quem sabe do serviço sou eu e agora eu estou ocupada”, reclamou.

Para a monitora, falta compromisso da equipe que trabalha no local com as pessoas que procuram atendimento. Ela relata ter visto médicos e enfermeiros, que deveriam estar em seus postos, brincando e trocando mensagens de celular. “Vendo pela porta dos consultórios, um dos médicos estava no celular, dando risadas e mandando mensagens”.

O descaso com outros pacientes também revoltou Camila. “Pelo relato de uma senhora, o marido dela entrou como emergência, eles passam para dentro e deixam sentado lá dentro por horas e horas sem explicação alguma”.

Quando o descontentamento da população começou a se tornar mais forte, Angelita conta que alguns integrantes da equipe de trabalho da UPA se mostraram irritados e deixaram de agilizar os atendimentos. “Veio fazer uma chamada para acelerar, proibiu a gente de filmar, ficou brabo, falou que não ia mais fazer nada. Não adiantou nada. Tem muito idoso, criança, tem gente aqui desde às 9 horas”.

Prefeitura rebate

Apesar da reclamação de quem procurava atendimento médico na UPA do Afonso Pena, a prefeitura de São José dos Pinhais informou que os atendimentos estavam normais nesta segunda-feira. “De acordo com todos os registros, nenhum paciente ficou por 10 horas esperando atendimento. Nesta data, a UPA funcionou com equipe médica e de enfermagem completas e atendeu 390 pacientes, sendo 04 (quatro) emergências, com atendimento imediato; 15 (quinze) atendimentos muito urgentes com tempo máximo de espera de 15 minutos; 139 (Cento e Trinta e nove) casos de urgência, com tempo de espera máximo de 1 hora; e 213 (duzentos e treze) pacientes com classificação de pouca urgência, cujo tempo de espera máximo foi de 5h; além de 112 atendimentos de enfermagem”, disse a nota.

A prefeitura disse ainda que, de acordo com o protocolo de Manchester, para caso de pouca urgência o atendimento pode se dar em até 4 horas, o que ontem acabou ficando em uma hora mais devido à grande procura de pacientes por atendimento na UPA em decorrência das Unidades de Saúde estarem fechadas por causa do feriado municipal.