Pacientes de Caps estão sem médicos e sem remédios

Pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Ômega, no Rebouças, reclamam da falta de atendimento médico. De acordo com eles, a clínica conveniada com a prefeitura de Curitiba não tem médicos psiquiatras há 15 dias e, por isso, alguns pacientes estão sem medicação pela falta de receitas médicas. Os remédios controlados não podem ser receitados pelo clínico geral, por exemplo. O Caps atende cerca de 220 pessoas.

A paciente Carla Alessandra Silva lembra que a unidade deveria parar de atender em janeiro deste ano, quando o convênio com a prefeitura terminaria. No entanto, foi feito contrato para prorrogar o atendimento por mais três meses. O vínculo deve se encerrar no final deste mês. “Tem paciente aqui sem medicamento porque não passou pelo médico. É um verdadeiro descaso. Não sabemos o que vai acontecer. Todos os pacientes estão revoltados pela falta de medicamento.

Desespero

Outra paciente do Caps, que preferiu não se identificar, disse que conseguiu pegar a receita, mas o caso dela foi exceção. “Tem gente desesperada aqui porque está precisando da receita e não consegue passar pelo médico”, comentou.

Além da falta de atendimento pontual, os pacientes reclamam que ainda não foram informados sobre o novo local de atendimento a partir do fim do convênio com a clínica. “Ninguém sabe onde vai acontecer o atendimento depois do fim do mês. Ninguém sabe informar nada”, salienta Carla. Pacientes citaram que houve reunião com representantes da clínica no final da tarde de ontem, na qual foi citado que a empresa não recebeu pagamentos da prefeitura de Curitiba e, por isso, não conseguiu pagar os funcionários. Na clínica, ninguém atendeu às ligações do Paraná Online.

Dívida chega a R$ 243 mil

A Secretaria Municipal da Saúde informou que os pacientes devem formalizar reclamação sobre a falta de médicos psiquiatras pelo telefone 156, para que o órgão possa interferir na situação. Mas a secretaria ressaltou que nenhum Caps pode funcionar sem médicos. De acordo com o órgão, as dívidas da administração com a clínica conveniada chegam a R$ 243 mil, sendo R$ 200 mil da gestão anterior e R$ 43 mil referentes a janeiro e fevereiro. Houve pagamento de R$ 33 mil em janeiro e outros R$ 109 mil devem ser pagos ainda neste mês. Outros R$ 43 mil já estão em processamento.

Segundo a secretaria, não existe possibilidade de renovação de contrato com a clínica. A extensão do vínculo ocorreu para estruturar outra unidade, onde o serviço passará a acontecer, o que deve acontecer até o final do mês. Nos últimos dois meses, os casos mais urgentes que estavam na fila de espera pelo atendimento foram encaminhados para outros centros.

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