Com cinco anos de vida, a ONG Mãos Invisíveis obteve nos últimos dias uma conquista que merece ser celebrada. A Câmara Municipal de Curitiba aprovou a lei que concede o título de Utilidade Pública, um reconhecimento que vai permitir a ONG participar de editais para financiar projetos e aumentar o auxílio utilizando dinheiro público.

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A Ong é voltada para a população em situação de rua e famílias em extrema vulnerabilidade em Curitiba e região. Trata-se de um projeto inovador, com uma essência humilde, mas com o olhar na sustentabilidade e ensino aos chamados “invisíveis” para uma parte da sociedade.

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A ideia é que a população em situação de rua e em vulnerabilidade social tenha garantidos acolhimento, saúde e apoio. “Nossa intenção é alargar esses serviços, ofertando atendimento psicológico, capacitação profissional, projetos de geração de renda, atendimento fonoaudiólogo, fisioterapêutico, jurídico e apoio familiar”, disse Vanessa Lima, fundadora da ONG.

Projeto referência nos Estados Unidos

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Com o status de Utilidade Pública, o Mãos Invisíveis não ficará somente na dependência de doações para manter os projetos que são referências na capital paranaense. Aliás, Curitiba tem o projeto-piloto chamado Moradia Primeiro, um modelo desenvolvido na década de 1980 em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A filosofia parte do princípio que a moradia é um direito básico que não deve ser negado a ninguém. Iniciado em maio de 2019, atualmente são quatro moradias, atendendo cinco pessoas.

“O Moradia Primeiro inverteu a lógica, a pessoa mais “ferrada” vai ser atendida e terá um lar supervisionado. É mais barato para o munícipio, pois uma pessoa em situação de rua para Curitiba tem um custo de R$ 6 mil por mês. Conheço uma pessoa que fez 27 guias de identidade, pois a Guarda Municipal recolhe os objetos. Quando lavam a praça 5 ou 6 horas da manhã para tirar o morador, isso tem custo. O caminhão com água precisa de quatro funcionários. Nossa expectativa agora como Utilidade Pública é aumentar para dez moradias”, valorizou Vanessa.

Projeto é mais que “uma refeição apenas”

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O projeto na Câmara Municipal de Curitiba foi de autoria da vereadora Maria Letícia (PV). Em 2021, conforme o balanço de atividades da associação, foram realizados 52 cafés, com o preparado e a distribuição, por exemplo, de 16 mil sanduíches, 16 mil pedaços de bolo, mil litros de café, 650 litros de achocolatado, 630 quilos de carne moída. “O Mãos Invisíveis não é simplesmente oferecer um café, um almoço. Oferece muito mais que isso. Oferece o cuidado e a preocupação de olhar para as pessoas. O mais legal é que eles fazem as ações e limpam tudo”, disse a vereadora.

Da sala de aula para as ruas

Antes de chegar a essa conquista, Vanessa Lima percorreu um caminho que poucos fariam. Deixou a comodidade do lar e foi para as ruas. Professora de artes e voluntária com crianças, ela alterou o rumo quando decidiu ajudar pessoas em situação de rua no Natal de 2018. “Ninguém passa o Natal com desconhecidos, então para saber o nome das pessoas, criamos um vínculo com essa população. Fico completamente envolvida com o processo”, relembra a fundadora.

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Foto: Colaboração.

A partir dessas primeiras ações, o grupo que começou com cinco voluntários começou a crescer. Na busca de informações e estudos, Vanessa encontrou o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR/Brasil). Para fazer parte do MNPR, é preciso ser morador ou ex-morador em situação de rua. Sem tempo para reclamar ou temer, Vanessa sentiu na pele a situação. “Voltava para casa só para tomar banho, pois queria entender tudo. Onde pegava a comida que chamam de boca de rango. Ficava até a madrugada quando estava sem os filhos, e escutava as histórias. Eu voltava para casa chorando, mas não me arrependo. Não dá para dizer que estive nessa situação, pois quando estava cansada eu voltava para casa, ou quando tinha fome entre o almoço e o jantar, eu comprava algo. Lembro que voltava para casa chorando”, lembrou.

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Com essa experiência, a ONG mudou a prática do assistencialismo. Não basta entregar uma refeição, é preciso entender a cabeça da pessoa que está sendo acolhida. “Falo isso com os nossos 50 voluntários. Se uma pessoa pede pão de queijo, não dê pastel. Você quando tem vontade do pão de queijo, vai lá e compra. Essa pessoa que está na rua pode ter comida pastel a semana inteira. Nos domingos, iniciamos o Café Pretexto na Praça Generoso Marques, e percebi que a população de rua tem muita sabedoria. Eles vivem em outra frequência, pois tudo pode acontecer com eles durante o dia e a noite. Tento passar para os voluntários que ali, ele vai aprender”, comentou Vanessa.

Apesar dessa grande vitória burocrática, o Mãos Invisíveis segue precisando de ajuda. O dinheiro via Utilidade Pública demora para chegar, sendo que a perspectiva é somente para 2024. “ Esse título de Utilidade Púbica é um respaldo para o Mãos, os projetos podem evoluir. A gente pretende desenvolver e ensinar serviços para essa população, imaginando que ano que vem vai vir esse retorno financeiro”, completou Vanessa.

Se quiser ajudar financeiramente a ONG, acesse o site do Mãos Invisíveis para encontrar a melhor maneira para contribuir. Quem AMA, CUIDA!

O que??

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