Promessa da prefeitura para desafogar o trânsito e agilizar o trajeto de linhas de ônibus, em especial o ligeirinho Inter II, a construção da trincheira do Seminário, no cruzamento entre a Avenida Nossa Senhora Aparecida e General Mário Tourinho, emperrou antes mesmo de começar. Em julho de 2018, o prefeito Rafael Greca (DEM) chegou a anunciar pelo Facebook o início das obras para agosto do mesmo ano. Em setembro, a Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) chegou a bloquear com tapumes a faixa da esquerda da Mario Tourinho após a Fonte de Jerusalém para montar um espaço logístico da obras. Os trabalhos não começaram. A interdição, entretanto, que tem impactado no trânsito, continua valendo.
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Recentemente, placas de sinalização que indicavam obras na região foram cobertas por lonas. Segundo relatos de comerciantes e moradores da região, parte do material que seria usado na construção foi recolhida por equipes da prefeitura. Nesta quinta-feira (4), a Secretaria Municipal de Obras Pública admitiu que a obra está suspensa.
Em nota, a pasta explicou que a construção da trincheira esbarrou na falta de um dos materiais especificados no projeto inicial. O desenho previa a utilização de estacas metálicas específicas, que já estavam indisponíveis para compra quando o consórcio vencedor das obras entrou em contato com a fabricante.
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A prefeitura não especificou de qual estrutura se trata, mas, em janeiro, o prefeito Rafael Greca (DEM) havia adiantado que a trincheira do Seminário seria sustentada por estacas de fabricação sueca. Segundo a SMOP, o material em falta levaria um ano para chegar. Por isso, foi substituído por um semelhante, fabricado na Polônia, sem prejuízo para a trincheira.
Por causa da mudança no projeto – que envolve também a substituição do material do pavimento da pista da trincheira, passando de asfalto para concreto –, o financiamento da Caixa Econômica Federal travou. “Superada esta fase, os trabalhos serão retomados imediatamente”, afirma a SMOP em nota, sem definir um prazo para o recomeço das obras.
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Transtorno
Embora a prefeitura tivesse prometido concluir a elevação da trincheira no menor tempo possível para não gerar tanto transtorno, a situação no trecho que vai receber as obras é outra.
“Ninguém trabalha aqui. Ninguém. Colocaram aquele tapume lá embaixo que só atrapalha o trânsito”, comentou um lojista que preferiu não se identificar, em referência às chapas que formam o bloqueio na rua Mario Tourinho. “Então que pelo menos tirem esses tapumes dali. O quanto de susto isso tem dado para gente não é brincadeira”, reclama.
Em uma farmácia da região, o medo é de que a nova trincheira prejudique o pouco comércio que ainda resta. Logo após o anúncio das obras, há um ano, pelo menos três estabelecimentos, um deles uma grande rede de fast food, fecharam.
“Essa trincheira vai tirar o acesso às lojas aqui. Até nós cogitamos ter que sair porque vai ser um prejuízo. Até a prefeitura decidir o que vai ser feito mesmo, continuamos com incertezas”, desabafou a atendente da farmácia, Sandra Souza, 49 anos.
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Melhorias
O argumento da prefeitura é de que a trincheira do Seminário vai dar novo fôlego ao trânsito na região. Parte de um pacote de melhorias do sistema viário e do transporte, em especial da linha Inter 2, a estrutura deve facilitar a ligação do Centro com o Campo Comprido e da região do Portão com a BR-277 no sentido do Parque Barigui. O custo estimado é de R$ 14 milhões.
A expectativa é de que a mudança facilite os deslocamentos norte-sul e sul-norte pela Avenida Mário Tourinho, por baixo da futura trincheira, por onde deverão passar 41 mil veículos por dia.
Pelo eixo da Avenida Nossa Senhora Aparecida, por cima da trincheira, na ligação leste-oeste e oeste-leste, deverão passar 15,6 mil veículos por dia.