Com mais de 90% das obras de restauro concluídas, a Catedral Basílica Menor de Curitiba recuperou toda sua imponência e está praticamente pronta para ser entregue à população na próxima semana, como parte das comemorações ao Dia da Padroeira, 8 de setembro.
As obras de restauro, orçadas em R$ 5 milhões, foram financiadas com recursos originários da venda pela Prefeitura de cotas de potencial construtivo. “É um presente para a cidade. Uma de suas edificações mais valiosas, tanto do ponto de vista histórico quanto arquitetônico, está totalmente renovada”, disse a secretária municipal de Urbanismo, Suely Hass, ao fazer uma visita de inspeção à obra nesta terça-feira (27).
A visita foi acompanhada pelo cônego Genivaldo Ximendes da Silva, pároco da Catedral, e pela arquiteta Giceli Portela, responsável pelo projeto de restauro. De acordo com a programação, a inauguração da obra acontecerá na quinta-feira, 6 de setembro, antevéspera da data dedicada à Nossa Senhora da Luz, padroeira de Curitiba.
Marco
A construção que abriga a Catedral Basílica de Curitiba foi inaugurada em 1893 e é um marco na história da cidade, que se desenvolveu ao seu redor. A Praça Tiradentes, onde está inserida, é o núcleo que deu origem a Curitiba e o ponto mais central da cidade.
Construída em estilo eclético, com forte influência da arquitetura gótica, a Catedral tem nas pinturas das paredes uma de suas mais fortes características. Elas foram feitas originariamente pelos artistas italianos Carlos e Anacleto Garbaccio e, agora, foram totalmente recuperadas.
De acordo com a arquiteta Giceli, o restauro atual é o mais amplo e minucioso já executado na edificação. Para chegar ao resultado final, ela passou mais de um ano trabalhando no projeto e foram necessários mais 18 meses de obras.
O restauro da Catedral foi iniciado em janeiro do ano passado e durante algumas etapas chegou a reunir mais de 100 trabalhadores. A grande surpresa que ocorreu durante os trabalhos foi a descoberta de um poço de água, que estava encoberto pelo piso, próximo ao altar.
Para preservar a história da construção, o poço foi mantido e coberto com uma tampa de vidro, para que fique visível durante a visitação de fiéis e turistas. A hipótese mais provável para a existência do poço, de acordo com os técnicos envolvidos no restauro, é que ele estivesse localizado no fundo do terreno da primeira igrejinha da cidade e seja anterior à construção da Catedral.
Preservação
O mecanismo do potencial construtivo que garantiu o restauro da Catedral Basílica de Curitiba é aplicado pelo município desde a década de 80 para estimular a preservação do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade.
A edificação da Catedral está cadastrada na Prefeitura como Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP), classificação que é reservada às construções com valor mais significativo na história da cidade. A venda de cotas de potencial construtivo para financiar o restaurou levou em conta esta designação.
O resultado da operação foi totalmente revertido para o financiamento da obra. Os trabalhos foram executados sob responsabilidade da Mitra da Arquidiocese de Curitiba, com acompanhamento da Prefeitura, por meio da Secretaria de Urbanismo.
“Estou emocionado com o resultado desta parceria entre a Mitra e a Prefeitura. Vamos devolver à comunidade uma obra prima. Um dos cartões postais de Curitiba está de volta, com toda sua beleza e esplendor”, resume o cônego Genivaldo.