As obras de revitalização do espaço sob o viaduto do Capanema – anunciadas no início da gestão de Rafael Greca (PMN) – ainda não têm data para começar em Curitiba. A promessa é de que um restaurante popular voltará a funcionar no local. Até o momento, houve apenas a instalação de uma luz forte sob o viaduto e a retirada das manilhas que tampavam o acesso a essa área. Ao contrário da obra, o que avança é a presença de traficantes e usuários de droga na região, o que aumenta a insegurança, de acordo com os relatos de moradores e comerciantes.
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“A droga é vendida como se fosse pipoca, explicitamente”, diz Norberto Pinow, que mora e trabalha a duas quadras do viaduto há mais de 30 anos. Apesar de nunca ter tido problemas na sua loja, ele considera que a movimentação explícita de traficantes, usuários de droga e moradores de rua assusta possíveis clientes.
Enquanto a reportagem estava na região, um dos entrevistados indicou em meio à população em situação de rua que se estabeleceu sob o viaduto – e também nas ruas no entorno do Mercado Municipal – havia alguns indivíduos que frequentemente estão no local para vender entorpecentes.
A situação é associada a outros problemas de segurança. “Semana retrasada um homem parou o carro embaixo do viaduto porque viu uma moça com uma bicicleta ser assaltada. Ele conseguiu a recuperar a bicicleta, mas isso, infelizmente, é uma coisa comum”, conta o proprietário de uma farmácia localizada a poucos metros do viaduto, Mauricio Bandeira de Assis.
Conforme ele, depois das intervenções da prefeitura no local, o número de moradores sob o vão do viaduto cresceu e o espaço foi ocupado por pessoas diferentes. “Antes, mais ou menos conhecíamos quem ficava ali, mas a prefeitura fez uma iluminação forte, ao mesmo tempo tirou as manilhas e não ocupou o espaço interno. Então quem ocupou foram essas pessoas”, diz . Para evitar problemas, Assis e seus funcionários trabalham a portas fechadas e não passam a pé embaixo do viaduto.
Para quem vive e trabalha na região, a presença da polícia poderia inibir os crimes na área e contribuir para a redução a sensação de insegurança. “Você dificilmente vai ver uma viatura da polícia aqui. Tem os policiais que ficam na rodoviária, mas se matarem alguém aqui [do outro lado da rua], eles não vão ver”, reclama o proprietário de uma padaria próxima ao Mercado Municipal, Fred Sonni.
Restaurante e centro cultural
O restaurante popular que deve ser reaberto no local terá espaço para atender 150 pessoas simultaneamente. “Dentro do período de almoço, que vai ser das 11h30 às 14h ou 14h30, vamos ter capacidade para servir até mil almoços”, diz o arquiteto do Ippuc, Mauro Magnabosco.
O local não terá cozinha, recebendo os alimentos prontos de uma cozinha industrial externa. Assim que chegar ali, a comida será mantida em câmaras de aquecimento antes de ser servida. “A única coisa que é feita no local é a higienização da louça”, conta o arquiteto.
Conforme Magnabosco, o vão do viaduto também deve ser ocupado pela sede do Centro Cultural Humaita, que terá espaço para abrigar o administrativo e as atividades culturais e de pesquisa realizadas pela organização.
Para isso, porém, não há previsão de entrega. “Estamos fazendo o projeto, mas quem vai executar é o Centro Humaita. Acredito que mais um mês teremos um projeto definido”, diz.