As obras da Linha Verde Norte estão deixando motoristas, moradores e comerciantes “sem pai e sem mãe”, por conta de um bloqueio realizado em setembro. Pessoas estão sendo obrigadas a fazer o retorno em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, para entrar no caminho desejado, pelos bairros que cortam a região do Atuba, Bacacheri e Santa Cândida.
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Para avançar no serviço na Linha Verde Norte (Lote 4.1), no Atuba, o trânsito da BR-476 (sentido Colombo), que dá acesso a Estrada da Ribeira, está sendo desviado para a nova pista à direita, marginal da Estação Atuba. A alteração começa na altura do Sam´s Clube, quase em frente à concessionária de caminhões Mercedes, até a Rua Antônio de Cristo.
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Os problemas, que dificultam a vida de quem circula pela região, viraram abaixo-assinado na comunidade. Douglas Luiz, é responsável pela padaria Dee Mari, no Bairro Alto. Segundo ele, as vendas caíram 70%, pois os clientes desistem de fazer a volta pela Linha Verde.
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“Estamos sofrendo demais, está feio demais. As pessoas não conseguem parar, sou o primeiro comércio da obra. Para chegar aqui, o cliente precisa ir para Colombo e retornar. São três páginas de abaixo-assinado com assinaturas pedindo um retorno provisório de um ponto que não tem a obra. Foi pura birra, fecharam por fechar”, disse Douglas.

“Guerreiros”
Alessandro Castanha da Silva, é biólogo, faz doutorado na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Costuma sair do Bairro Alto em direção aos campus Jardim Botânico, um trecho de oito quilômetros. Antes do bloqueio, a média do percurso era de 15 minutos, mas hoje, chega a passar de uma hora dentro do carro.
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“Sou um guerreiro, ou melhor, quem vive aqui na região, merece ser homenageado. Eles fecharam tudo, obrigatoriamente, tem que ir para Colombo, fazer a volta na Rua Huxley, pega todo o movimento do pessoal que está lá para entrar no caminho. É interminável, eles (prefeitura) estão se esforçando para dificultar as coisas”, ironizou Alessandro.
Almoço longe de casa
Além de todos os problemas que uma grande obra causa, Daniel Mendes, enfermeiro e fotógrafo, está sentido o prejuízo no bolso. Ele conta que está tendo que gastar uma grana para almoçar, pois retornar para casa não vale a pena, devido ao transtornos.
“Não compensa voltar, pois ficaria preso no carro e estressado, mas estou tendo um custo de comer fora de casa. Eu preciso fazer um retorno em Colombo, é inacreditável”, completou Daniel.

E aí, prefeitura?
Procurada, a prefeitura de Curitiba informou que nesse período da obra, não tem possibilidade de criar um novo acesso na região. “A Superintendência de Trânsito (Setran) esclarece que, nesta etapa da obra, não é possível criar um novo desvio. No entanto, com o avanço das obras, uma passagem de acesso deve ser aberta entre as Ruas Antônio de Cristo e Pintor Ricardo Krieger, conforme previsto no projeto da Linha Verde”, relatou em nota.
Questionada sobre o prazo para que essa passagem venha a ser aberta, a Setran comunicou que não tem data prevista.
