Uma obra na Rua do Herval, no bairro Cristo Rei, em Curitiba, na esquina com a Avenida Sete de Setembro, está incomodando os moradores dos edifícios e os comerciantes locais. Segundo eles, o impacto no solo estaria causando tremores nos apartamentos. Além disso, o atraso na conclusão do trabalho também virou motivo de reclamação para quem acompanha diariamente o serviço pesado das máquinas. Ali, a implantação da galeria reservatório sob a Rua do Herval vai servir para conter as cheias do Rio Juvevê e o atual prazo de conclusão é de 60 dias.
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De acordo com a prefeitura, a entrega era para ter ocorrido em janeiro de 2021, mas isto teve que ser revisto, por conta do tempo que a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) levou para realizar a relocação da tubulação de água de grande porte que passa pelo local e, pelo atraso no fornecimento de insumos causado pela pandemia de covid-19.
Poeira e tremores na rotina
A ordem total de serviço prevê a construção de três galerias reservatório ao longo do Rio Juvevê. As estruturas estão sendo implantadas na altura das ruas João Américo de Oliveira, Camões e Herval. O objetivo é minimizar o risco de alagamentos nos bairros Cabral, Hugo Lange e Cristo Rei, pois, as galerias reservatório terão a função de armazenar temporariamente a água da chuva, controlando a velocidade da sua vazão até que o temporal diminua.
No caso do Herval, são 156 metros de galeria, que se estende pelo trecho entre as ruas Atílio Bório e Zeila Moura dos Santos. A movimentação das máquinas não impede a circulação de pessoas a pé ou mesmo de carro, mas é preciso ter mais atenção.
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E antes da conclusão das benfeitorias que serão utilizadas pela população, chega a reclamação. Silvia Antunes, 60 anos, professora e síndica do Edifico Marques do Herval, localizado em frente a obra, revela que o incômodo virou parte da rotina, com a sujeira e tremores nos apartamentos.
“No começo foi pior e meio que acostumamos com o barulho. O que mais incomoda é a sujeira, pois fica empoeirado por tudo. O prédio chega a balançar e o engenheiro chegou a alertar que isso é normal. Balança a televisão e o computador. Pior que pintamos o prédio e quando terminar a obra, iremos avaliar se vai ser preciso passar mais uma “mão de tinta. Foi gasto quase 10 mil reais”, lamenta Silvia.
Sexta sem feira
Na Rua do Herval ocorria a feira livre do Cristo Rei nas sextas-feiras, que passou a funcionar devido às obras na Avenida Visconde de Guarapuava, entre as ruas Atílio Bório e Reinaldino S. de Quadros. Após a conclusão, a feira deve retornar ao local de origem. Mércia Pires, 71 anos, aposentada e moradora há 21 anos na rua do Herval, lamenta o atraso do serviço e as consequências do transtorno.
“É terrível pelo barulho, cheiro e mosquitos. Quando chove é lama e quando está seco é poeira. Meu apartamento é no fundo, mas é um pó preto. Outra coisa, acabaram com os Ipês e Acácias. Quanto ao término em agosto, eu não acredito muito. É preciso fazer toda a revitalização. Tá muito ruim”, desabafou a aposentada.
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Outro setor impactado com a obra é no comércio. Um estacionamento que fica nas proximidades teve uma queda acentuada no faturamento, mas também entra a questão da pandemia com menos carro nas ruas. Segundo uma funcionária do estabelecimento, a média antes da covid-19 eram de 10 a 15 carros estacionados por dia e atualmente raramente ultrapassa cinco veículos.