Este ano, 107 focos do Aedes aegypti já foram identificados em Curitiba. Só em janeiro, foram 72 – contra 51 no mesmo mês de 2015. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, boa parte destes criadouros – que apresentam o mosquito, suas larvas ou pupas (fase de desenvolvimento entre a larva e o mosquito) – tem sido encontrada pelos agentes públicos nas inspeções às residências. Mas deixar o quintal limpo e a casa em ordem não é garantia de proteção contra o mosquito. Se seus vizinhos, comerciantes ou proprietários de imóveis abandonados não fizerem a parte deles, a fêmea do inseto continuará encontrando condições ideais para pôr os ovos, que em cerca de 10 dias darão origem a novos mosquitos adultos.

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Perigo ao lado

A aposentada Marlene Batista dos Santos, 59 anos, está preocupada porque vive ao lado de um posto de gasolina fechado, na esquina da Rua Professor Ulisses Vieira com a Rua Bororós, na Vila Izabel. Segundo ela, vários pontos podem acumular água parada. “Este posto tinha lava car, poço e uma cava onde era trocado o óleo dos carros, locais que podem estar cheios de água. Já liguei no 156, tenho diversos protocolos, mas nada é feito pelos proprietários ou pela prefeitura”.

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Há mais de um ano, a aposentada Eliane Ivancheche, 64, pede providências. “Há muito tempo o pessoal da prefeitura veio e tirou parte do lixo, depois nunca mais voltou. Tenho medo, por mim, minha família e minha neta pequena. Usamos repelente até por cima das roupas. Mas um mosquito, que pelas características deve ser Aedes aegypti, já foi morto por uma das vizinhas dentro do apartamento dela”.

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“Precisamos saber a quem recorrer. Tem uma caixa da água nesse posto, não sabemos se está fechada e vedada. Cada vez que chove, o perigo e nossa preocupação aumentam”, relata a comerciante Soeli Tozim, 65, que há nove anos trabalha em frente ao posto.

Esse bueiro na Rua Mateus Leme é possível criadouro de Aedes.

Moradores sentem-se ameaçados

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Por toda a cidade há reclamações de gente que se empenha pra acabar com criadouros, e que mesmo assim, se vê ameaçada pelo mosquito. É o caso do aposentado Luís Magalhães, 70, morador do São Lourenço. “Há quatro meses reclamo de um bueiro em frente a um supermercado, no número 4556 da Rua Mateus Leme. Ficava aberto e era possível ver larvas na água, que podem ser do mosquito da dengue. Alguém colocou uma tampa, mas o problema continua. Fiz várias placas com frases como ‘Socorro, zika vírus no bueiro’. As autoridades veem, recolhem a placa. Espero que arrumem logo”, afirma.

No Uberaba, a preocupação é a mesma. Segundo um leitor que não quis ser identificado, na chamada Praça da Alegria, na Rua Santo Aníbal Maria Difrancia, o acúmulo de água na cancha de areia tem causado indignação na população. “Olha a situação, cadê a prefeitura. Não adianta nada falarem pra gente cuidar em casa”, opina.

Cancha alagada no Uberaba é alvo de críticas da populaç&atil,de;o.