Curitiba deve ganhar pelo menos três novos parques em 2022 e um quarto para os próximos anos. Além do maior parque da capital, que será na área de preservação da bacia do Rio Iguaçu, divisa com Fazenda Rio Grande, cujo projeto foi mostrado pela redação no fim de 2021, os outros dois serão no bairro vizinho do Campo de Santana. Um quarto parque está sendo projetado para os próximos anos no bairro Caximba dentro da revitalização socioambiental do entorno do antigo aterro sanitário da cidade. O fato de todos esses parques serem na região Sul aponta que essa é a última fronteira para instalação de parques em Curitiba.
O primeiro dos dois parques no Campo de Santana é o Pinhal do Santana, na Rua Delegado Bruno de Almeida, uma das principais vias do bairro. A prefeitura começou em novembro do ano passado as obras de adequação ao custo de R$ 1,2 milhão.
O Parque Pinhal do Santana terá 250 mil metros quadrados e conta com um bosque de mata nativa onde serão instaladas churrasqueiras, pista de caminhada, parquinho, entre outros equipamentos. A área vegetal ganhou reforço de mais 100 mudas de árvores plantadas em 2021, sendo metade delas de araucárias. A previsão é de que o novo espaço de entretenimento do curitibano seja inaugurado em setembro.
A outra área de lazer será o Parque Campo de Santana, na Rua Alda Bassetti, na Vila Moradias Rio Bonito. Nessa estrutura o investimento da prefeitura será de R$ 5 milhões em uma área de 200 metros quadrados na margem de um rio. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) começou dia 12 de abril a montagem da licitação, cujo edital deve ser publicado em julho, com previsão de início das obras em agosto.
Sobre a diferença no orçamento dos dois parques no mesmo bairro, a SMMA explica que as particularidades dos terrenos determinam os custos.
Como a área do Pinhal do Santana é de mata, há menos espaço para instalação de equipamentos como canchas de esporte. Portanto, o perfil será mais de passeio, caminhada e ciclismo.
O Parque Campo do Santana, por sua vez, é na beira de um rio, onde há apenas a mata ciliar. Portanto, há espaço para instalação de mais estrutura, como canchas de esportes, além de a área precisar de mais melhorias no acesso, como calçamento e iluminação.
A última fronteira dos parques
Além das áreas no Campo de Santana e na Reserva Hídrica do Futuro, a prefeitura planeja ainda instalar um quarto parque na região. A estrutura será um parque linear no bairro Caximba, dentro de revitalização socioambiental anunciada recentemente pelo município na área ocupada irregularmente no entorno do antigo aterro sanitário de Curitiba.
Antes, a última inauguração de um parque em Curitiba também havia sido na região Sul. Em 2009, a prefeitura inaugurou o Parque Lagoa Azul no bairro Umbará. A área de 12 mil hectares na antiga propriedade da família Segalla já era uma das principais áreas de lazer do curitibano antes mesmo de ganhar o título oficial de parque. Isso porque até a criação do Barigui, em 1972, a propriedade atraía gente de Curitiba inteira interessada em se divertir pagando aos Segalla um ingresso simbólico de acesso à lagoa.
Todas essas estruturas concentradas na mesma parte da cidade reforçam a tendência de que a parte Sul é a última fronteira para instalação de grandes áreas públicas de lazer em Curitiba. Conforme explica o superintendente de Obras e Serviços da Secretaria de Meio Ambiente, Jean Brasil, a área norte da cidade já está praticamente toda ocupada para esse tipo de estrutura, enquanto que na área sul ainda há remanescentes vegetais.
“A maioria dos parques de Curitiba está na região norte que é onde havia mais árvores, mais bosques. A região sul não foi tão ocupada nesse sentido porque era área mais de campo, com alagados e brejos”, enfatiza Jean Brasil. “Por isso agora temos que olhar mais para a região Sul, porque o Norte já está ocupado”, complementa.
O superintendente de Obras e Serviços da prefeitura ressalta também que a densidade demográfica da região sul de Curitiba aumentou muito nos últimos anos. Por isso a prefeitura está planejando parques de forma estratégica lá. O objetivo, explica Jean Brasil, é não só levar lazer à população com menor poder aquisitivo dessa região mas também preservar a vegetação da localidade.
“A região sul tem bairros grandes, com muitas vilas, muita gente morando. Como nessa região também há ainda matas preservadas, principalmente ao longo da bacia do Rio Barigui, temos que fazer esse planejamento para que essas áreas remanescentes não se degradem com ocupações irregulares”, argumenta o representante da prefeitura.
Por isso, afirma Jean Brasil, a SMMA vem atuando não só com outras pastas da própria prefeitura, como o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Companhia de Habitação (Cohab), como órgãos do governo estadual para a instalação de alguns desses parques.
É o caso do parque na Reserva Hídrica do Futuro, projeto do governo do estado com as prefeituras da capital da Região Metropolitana para preservar a bacia do Rio Iguaçu. No parque que a prefeitura vai instalar entre a Rua Nicola Pellanda e a BR-116, o governo atuará em conjunto em duas frentes: na captação de água das cavas da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e na questão ambiental com o Instituto Terra e Água (IAT).