Apesar dos testes realizados com o ônibus da Scania desde o início de dezembro, os novos biarticulados que passam a circular pelas ruas de Curitiba em 2018 continuarão sendo da Volvo. A empresa anunciou que, até o próximo mês de março, vai entregar 25 novos veículos como parte do pacote de renovação da frota anunciada pela prefeitura em novembro. E esses novos modelos vão trazer algumas novidades, incluindo um sistema inteligente que permite que os ônibus sejam controlados remotamente.

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Como explica o presidente da Volvo Ônibus América Latina, Fabiano Todeschini, essa nova tecnologia vai permitir que a Urbs e as empresas criem áreas de velocidade controlada. “A gente pode colocar limites de velocidade nos terminais, por exemplo, e nem se o motorista quiser acelerar, vai conseguir fazer o ônibus ir além do que foi programado”, explica.

Segundo ele, a velocidade com que os ônibus entram e saem dos terminais é uma das principais reclamações dos usuários e, por isso, a criação da geocerca se apresenta como uma das novidades dos novos biarticulados, sobretudo no quesito segurança.

Além disso, essa tecnologia dos ônibus inteligentes permite que as empresas façam um acompanhamento à distância dos veículos operantes. “Caso o ônibus apresente algum problema, a empresa vai receber um alerta indicando o que está acontecendo”, explica Todeschini. A ideia é que, a partir desse recurso, o número de problemas mecânicos nos biarticulados seja reduzido.

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Para o passageiro

Para quem utiliza o sistema de transporte todos os dias, os novos ônibus ainda contam com algumas novidades mais práticas e que devem afetar o dia a dia dos passageiros. A principal delas está na capacidade máxima, que passa a ser de 270 — ou seja, 20 a mais do que nos biarticulados que atualmente circulam por Curitiba. De acordo com a Urbs, esses 25 novos ônibus devem ser integrados à linha Santa Cândida/Capão Raso.

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Todeschini explica que os detalhes internos ainda não estão definidos, já que a Volvo é responsável somente pelo chassi, ficando a cargo de outra empresa a construção da carroceria. No caso, esse acabamento é de responsabilidade da Marcopolo.

Ainda assim, o presidente da divisão de ônibus da empresa revela os usuários vão perceber algumas das mudanças na parte mecânica. “A suspensão eletrônica dá muito mais conforto para o passageiro, porque esses sensores vão detectar o comportamento dinâmico do biarticulado e ajustar para dar mais estabilidade e segurança na viagem”, afirma. O sistema de frenagem também mudou, o que, para a Volvo, vai ajudar a reduzir o número de acidentes.

Duelo de motores

Ao contrário dos biarticulados apresentados pela Scania, que utilizam motor dianteiro, os 25 novos ônibus da Volvo que chegam a Curitiba nos próximos meses vão manter a estrutura em sua parte central. Para Todeschini, não alterar a posição do motor garante mais estabilidade e ainda permite uma melhor distribuição de passageiros no interior do veículo, já que libera o espaço próximo ao motorista.

“Com o motor central, a frenagem é muito melhor e o ônibus fica muito mais estável, porque a distribuição do peso é mais eficiente”, detalha o executivo. Além disso, segundo ele, o novo motor utilizado é menos barulhento e dissipa menos calor do que os modelos que já rodam em Curitiba.

Por outro lado, mesmo com a escolha dos biarticulados da Volvo para esse primeiro lote da renovação da frota, as empresas responsáveis pelo sistema de transporte de Curitiba não descartam a possibilidade de, ainda em 2018, a compra de novos veículos já conte com a concorrência da Scania.

A previsão é que, para o novo ano, mais 150 veículos sejam adquiridos. Enquanto isso, segundo a Urbs, o veículo da Scania segue em testes para fazer os ajustes necessários antes de ser homologado dentro do padrão estabelecido pela prefeitura.